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Xanana Gusmão: Manter imunidade de governantes visa proteger o país

O primeiro-ministro timorense justificou esta quarta-feira o pedido que fez ao parlamento para que não seja levantada a imunidade aos membros do seu Governo até final do mandato com a necessidade de proteger os interesses do país e não evitar que se faça justiça.

05 de Novembro de 2014 às 19:28
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"O não levantamento da imunidade é apenas para dizer para nos darem tempo para trazermos mentores de Portugal para ajudar. Não levantar a imunidade não é pedir ao tribunal para arquivar o processo", explicou Xanana Gusmão, em entrevista exclusiva à agência Lusa.

 

"Estamos a pedir este tempo, que nos vais permitir fazer os contactos, chamar as pessoas corretas, com experiências em julgamentos. Não disse para se arquivar, não disse arquivem tudo, destruímos tudo", acrescentou o primeiro-ministro timorense.

 

Questionado sobre se este pedido estava relacionado com o julgamento da actual ministra das Finanças, Emília Pires, que está a ser investigada pelo Ministério Público por alegada participação económica em negócio, Xanana Gusmão respondeu que não tem de defender a ministra.

 

"As minhas decisões neste momento não são para proteger a Emília, é para proteger os 370 milhões [de dólares] e para dizer às companhias petrolíferas para não brincarem comigo, não pensem que estamos cegos", afirmou Xanana Gusmão, referindo-se ao valor que as empresas petrolíferas devem ao país, processos que estão a decorrer nos tribunais.

 

O julgamento de Emília Pires foi adiado "sine die" a 27 de Outubro porque o parlamento não levantou a imunidade e esta decisão foi conhecida no mesmo dia em que se tornou pública a resolução do parlamento nacional a suspender os contratos com funcionários judiciais internacionais, oito dos quais acabaram por ser expulsos do país, sete portugueses e um cabo-verdiano, e a determinar uma auditoria ao sector da justiça.

 

Xanana Gusmão reforçou que não tem que defender a ministra das Finanças e recordou que no anterior Governo vários membros foram responder à justiça.

 

"Só depois de a Lúcia (Lobato, ex-ministra da Justiça) ter apanhado por 4 mil dólares cinco anos de prisão é que me expressei. Eu não impedi no Governo anterior nenhum membro de ir responder", disse.

 

Segundo o primeiro-ministro, o actual processo é "bastante complicado" e as coisas aconteceram de repente e "ligaram-se por casualidade e não por intenção".

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