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Trump admite que reunião com advogada russa serviu para obter informações sobre Clinton

O presidente dos EUA voltou a contradizer-se, desta vez ao reconhecer que o encontro, em Junho de 2016, entre o seu filho mais velho e uma advogada russa próxima do Kremlin teve como propósito "obter informações sobre um adversário".

Reuters
06 de Agosto de 2018 às 11:01
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Já não é propriamente novidade, mas não pode deixar de ser notícia. Donald Trump voltou a contradizer-se a si próprio, assumindo agora práticas de elementos da sua campanha presidencial que configuram, ou estão perto disso, conluio com Moscovo na preparação das eleições presidenciais americanas de 2016.

Num tweet publicado este domingo, o presidente dos Estados Unidos classifica de "notícias falsas" as informações relacionadas com uma alegada preocupação de Trump – noticiada pelo Washington Post - acerca do encontro entre o seu filho mais velho, Trump Jr, com a advogada russa, Natalia Veselnitskaya, em Junho de 2016.

Trump acrescenta que esse encontro serviu apenas para "obter informações sobre um adversário", que se subentende ser a democrata Hillary Clinton, que o actual presidente acabaria por derrotar nas presidenciais de Novembro daquele ano.


No entanto, esta afirmação de Donald Trump conflitua com aquilo que o próprio afirmou há cerca de um ano, quando justificou a reunião do seu filho com uma advogada com ligações ao Kremlin com a necessidade de discutir
as políticas restritivas que dificultam a adopção de crianças russas por famílias americanas.

Também há um ano, Trump Jr revelou que participou no encontro depois de lhe ter sido prometida informação prejudicial para Clinton, mantendo, porém, que o objectivo central da reunião se prendeu com a discussão da adopção de crianças russas. Esta declaração está a ser investigada no âmbito da investigação especial liderada por Robert Mueller acerca da ligação e alegado conluio entre a campanha presidencial de Trump e o Kremlin.

Apesar de o termo "conluio" não surgir nos pressupostos que enquadram a investigação do Mueller, esta trata de apurar factos sobre a aparente coordenação entre a campanha de Trump e a Rússia. Recorde-se que os serviços de informações dos Estados Unidos já concluíram que Moscovo interferiu nas presidenciais de 2016.

Ainda no tweet deste domingo, Donald Trump garante que a reunião foi "totalmente legal" e nota que este tipo de prática acontece "constantemente na política". Contudo, o Washington Post frisa que a lei americana determina ser ilegal que uma campanha eleitoral receba doações ou qualquer outro activo da parte de agentes estrangeiros.


Esta afirmação do presidente dos Estados Unidos ter defendido, na semana passada, que o seu procurador-geral (equivalente a ministro da Justiça), Jess Sessions, deveria terminar com a investigação de Mueller defendendo que a mesma mais não é do que uma "caça às bruxas".

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