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Trump acusado de difundir teorias da conspiração sobre morte de Epstein
Presidente dos EUA publicou uma alegação de um comediante conservador de que Clinton estava envolvido na morte do magnata acusado de tráfico sexual. Candidatos democratas à corrida eleitoral de 2020 não perdoaram.
O presidente dos EUA, Donald Trump, foi alvo de fortes críticas por parte de dois dos candidatos às primárias democráticas para as presidenciais de 2020. Tudo por causa da morte de Jeffrey Epstein - o magnata acusado de abuso de menores e tráfico sexual foi encontrado sem vida na cela da prisão em Nova Iorque aonde aguardava julgamento – e de uma publicação do líder norte-americano no Twitter.
Este sábado, após ter sido confirmado óbito, Trump retweetou uma alegação de um comediante conservador, Terrence K. Williams, de que o antigo presidente dos EUA Bill Clinton estava envolvido na morte de Epstein. O investidor era, na verdade, amigo de ambos.
Died of SUICIDE on 24/7 SUICIDE WATCH ? Yeah right! How does that happen#JefferyEpstein had information on Bill Clinton & now he’s dead
RT if you’re not Surprised#EpsteinSuicide #ClintonBodyCount #ClintonCrimeFamily pic.twitter.com/Y9tGAWaAxX — Terrence K. Williams (@w_terrence) August 10, 2019
I see #TrumpBodyCount trending but we know who did this!
Em reação, Beto O'Rourke e Cory Booker acusaram o chefe de estado de promover teorias da conspiração. "Este é mais um exemplo de como o nosso presidente usa a sua posição de confiança pública para atacar os seus inimigos com infundadas teorias da conspiração", disse O'Rourke em declarações à CNN. O antigo congressista defendeu ainda que Trump apenas pretende desviar as atenções da opinião pública para os tiroteios em Dayton e El Paso, que originaram uma nova onda de críticas ao discurso anti-imigrante do presidente dos EUA.
Opinião semelhante tem Cory Booker, para quem a posição de Trump foi mais uma "imprudência". "Ele está apenas a dar vida a teorias da conspiração, mas a fomentar a raiva nas pessoas e a colocá-las umas contra as outras", defendeu em declarações à mesma estação televisiva. "Temos um presidente muito perigoso", afirmou.
De acordo com a procuradoria do distrito sul de Manhattan, Epstein criou, há mais de uma década, uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque, e numa outra situada na Florida.
O magnata já enfrentara acusações similares na Florida, mas em 2008 alcançou um acordo extraoficial com a procuradoria para o fim da investigação, tendo cumprido 13 meses de prisão e alcançado um acordo económico com as vítimas.
O acordo foi supervisionado pelo então procurador de Miami, Alexander Acosta, que foi posteriormente nomeado secretário do Trabalho pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e que foi forçado a renunciar do cargo devido às críticas emitidas na sequência da nova detenção de Epstein.
Esta não foi a primeira vez que Trump promoveu teorias da conspiração sobre rivais políticos. Ainda antes de ser candidato à presidência e durante vários anos, Trump questionou repetidamente o local de nascimento de Barack Obama, colocando em causa da nacionalidade do então presidente dos EUA. Uma posição que não alterou nem com a publicação da certidão de nascimento do primeiro presidente negro dos EUA.
Já durante as primárias republicanas para a nomeação presidencial de 2016, Trump difundiu uma teoria conspirativa que ligava o pai do rival e senador Ted Cruz ao assassinato do ex-presidente John Kennedy.