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Tabuleiro energético russo volta-se para a China

Em paralelo à ameaça de suspender o abastecimento de gás para a Ucrânia, Moscovo movimenta as suas peças na direcção de Pequim e no próximo mês poderá ser assinado um acordo de fornecimento de gás à China por um período de 30 anos.

Procura de gás natural dispara impulsionada pela indústria
10 de Abril de 2014 às 20:42
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A possibilidade de Moscovo interromper o fluxo nos gasodutos que atravessam a Ucrânia implica a necessidade de encontrar alternativas de escoamento para outros mercados. É neste sentido que surge a China e, em benefício mútuo, os interesses estratégicos destes países parecem ser complementares.

 

Pequim enfrenta graves problemas relacionados com a elevada poluição e o recurso a gás natural poderá minimizar esta situação. Por seu lado, Moscovo encontraria na China um mercado com um potencial de consumo imenso, ou não se tratasse do país mais populoso do mundo.

 

O próximo mês poderá ficar marcado pela assinatura, entre Moscovo e Pequim, de um acordo a 30 anos para o fornecimento de gás, refere a Bloomberg. A visita do presidente russo, Vladimir Putin, à China no dia 20 de Maio, para se encontrar com o seu homólogo Xi Jinping, poderá selar um acordo que tem sido adiado ao longo dos últimos dez anos.

 

A China, exceptuando a União Europeia, é o principal parceiro económico da Rússia e permanece um dos principais aliados de Moscovo no que concerne a questões de política internacional. Recentemente a China manteve-se do lado da Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas na votação de uma resolução relacionada com a crise na Ucrânia.

 

A concretização deste acordo poderá dar luz verde, refere a Bloomberg, à construção de um gasoduto a unir a Sibéria à China. É neste ponto que se situam as maiores divergências, uma vez que a Rússia estima em 22 mil milhões de dólares a quantia necessária à concretização deste projecto e, para o financiar, espera poder cobrar valores equivalentes, por metro cúbico de gás, aos pagos pela Europa. Pequim não aceita.

 

Gazprom ganha em bolsa 

 

Apesar da possibilidade de interrupção do abastecimento à Ucrânia, a Gazprom registou uma sessão de ganhos em bolsa. Na praça moscovita, a energética russa fechou esta quinta-feira a avançar 1,9% para 134,8 rublos, o máximo desde o dia 4 de Abril.

 

A empresa estatal russa prevê, a partir de 2018, poder abastecer a China com 38 mil milhões de metros cúbicos de gás natural, o que representa aproximadamente cerca de 24% das exportações para a Europa registadas por esta companhia no ano passado. Tal poderá significar que Moscovo não pode encarar o mercado europeu como secundário.

 

Contudo, estimativas citadas pela Bloomberg mostram que o consumo chinês de gás natural poderá aumentar 11% este ano, ao passo que as importações deverão crescer 19%. É portanto um mercado em ascensão. 

 

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