Notícia
O primeiro dia do ataque ao minuto
A Rússia atacou a Ucrânia às primeiras horas de quinta-feira, 24 de fevereiro. Acompanhe ao minuto os desenvolvimentos desta ação militar e a reação dos líderes mundiais e dos mercados.
- Rússia ataca cidades ucranianas
- Biden diz que EUA, aliados e parceiros responderão "de forma unida e determinada"
- Mercados em ebulição. Futuros do Stoxx 50 e de Wall Street afundam
- Investidores acorrem à dívida americana e juros caem
- Brent supera os 100 dólares, o que não acontecia desde 2014
- Bolsa de Moscovo suspende negociação
- Ouro em máximos de 13 meses
- Pentágono fala de incursão de tropas na Ucrânia a partir da Bielorrússia
- Ucrânia impõe lei marcial
- Forças armadas da Ucrânia dizem ter abatido um helicóptero e cinco aeronaves russas
- Setas vermelhas indicam caminho para abrigos em Kiev
- Líderes europeus condenam invasão
- Europa alerta companhias aéreas para não sobrevoarem a Ucrânia nem passarem perto
- Costa marca reunião de emergência
- Marcelo convocou Conselho Superior de Defesa Nacional para as 12:00
- Brent já está acima dos 103 dólares, a escalar mais de 6%
- Forças russas derrubam bases aéreas ucranianas
- Chanceler alemão condena invasão da Ucrânia
- Euro renova mínimos de 2015 face ao franco suíço. Dólar em alta
- Juros caem na Europa com corrida ao refúgio das obrigações
- Preço do gás natural dispara 41%. Eletricidade escala 31%
- Marcelo garante que Portugal "será firme quando se trata da independência territorial" da Ucrânia
- Borrell diz que ataque russo é uma das "horas mais negras da Europa desde a II Guerra Mundial"
- Maré vermelha invade praças europeias com quedas entre 2% e 3%
- Líderes do Parlamento Europeu consideram ataque russo como "ameaça à região" e prometem novas sanções
- Ucrânia sofre "segunda vaga" de ataques de mísseis
- Putin derruba bitcoin. Moeda cai abaixo dos 35 mil dólares. Ucranianos em corrida às stablecoins
- Kremlin diz que quer "neutralizar" o poder militar da Ucrânia e limpar o país de "nazis"
- Boris Johnson anuncia novo pacote de sanções e pede ao Ocidente que "deixe de ser dependente" da energia russa
- NATO garante apoio aos ucranianos e anuncia adoção de um "comportamento preventivo"
- Invasão da Ucrânia é um "ponto de viragem na nossa vida", diz Emmanuel Macron
- Russos já chegaram a Kiev e controlam aeroporto
- Petróleo escala mais de 8% e supera os 105 dólares
- Site Flight Radar coloca utilizadores em fila de espera
- Amnistia Internacional apela à "proteção de vidas humanas"
- Rússia quer destruir "rapidamente" as forças ucranianas - análise
- Wall Street abre com perdas de mais de 2%. Nasdaq entra em "bear market"
- Biden e equipa de segurança nacional já reuniram na "Situation Room"
- Kremlin diz ter destruído 74 infraestruturas militares ucranianas
- Primeiros civis ucranianos deslocados já chegaram à Moldávia
- Rússia tenta ocupar Chernobyl, diz presidente da Ucrânia. "É uma declaração de guerra contra toda a Europa"
- Crise na Ucrânia pode atrasar retirada dos estímulos do BCE, avisa governador austríaco
- Ouro em máximos de 13 meses. Alumínio e cobre a subir
- Juros das dívidas soberanas a aliviar
- PSI-20 com a menor queda em dia de tombos na Europa. Stoxx 600 fecha em mínimos de maio de 2021
- Central de Chernobyl sob controlo russo, diz Kiev
- Secretas ocidentais dizem que Kiev pode cair esta noite
- Alemanha quer garantir que o conflito "não alastra a outros países" europeus
- Líderes europeus dividem-se sobre expulsão da Rússia do sistema de pagamentos Swift
- Pentágono vai enviar mais sete mil soldados para a Alemanha
- Bolsa de Moscovo fecha temporariamente após queda histórica de 33%
- Wall Street recupera e termina em alta com ajuda das tecnológicas
- Conselho Europeu pede "medidas de contingência" para energia e novas sanções à Rússia
- Invasão russa ameaça as exportações de um grande vendedor de cereais
Depois de, na segunda-feira, Moscovo ter reconhecido a independência das repúblicas separatistas ucranianas de Donetsk e Lugansk, e de ter sido alvo de sanções económicas por parte da União Europeia, EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá e Japão – com a Alemanha a suspender a certificação do gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha através do Báltico –, as forças russas atacaram esta madrugada várias cidades em toda a Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a operação com vista a desmilitarizar o país, levando o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, a advertir para uma "invasão em plena escala", refere a Bloomberg. Já o ministro ucraniano do Interior alertou para ataques contra Kiev com mísseis e instou os cidadãos a refugiarem-se em abrigos.
Numa comunicação ao país, transmitida na televisão, Putin apelou aos soldados ucranianos para que deponham as suas armas e vão para casa. Disse que a Rússia não pretende ocupar o país vizinho, mas que é seu dever "defender-se de quem tornou a Ucrânia refém" – os EUA e os seus aliados que pisaram a "linha vermelha" da Rússia com a expansão da aliança da NATO, sublinha a agência noticiosa.
Numa foto difundida pelo gabinete presidencial ucraniano, é possível ver uma explosão em Kiev às primeiras horas desta quinta-feira, 24 de fevereiro.
"Esta é uma guerra de agressão", sublinhou Kuleba num tweet. "A Ucrânia irá defender-se e vencer".
Putin has just launched a full-scale invasion of Ukraine. Peaceful Ukrainian cities are under strikes. This is a war of aggression. Ukraine will defend itself and will win. The world can and must stop Putin. The time to act is now.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) February 24, 2022
O presidente norte-americano, Joe Biden, considerou a ofensiva de Moscovo "um ataque não-provocado e injustificado por parte das forças militares russas" e declarou que "o mundo responsabilizará a Rússia".
Citado pela Bloomberg, Biden acrescentou que estará esta quinta-feira presente na reunião extraordinária do Grupo dos Sete e que depois falará ao povo americano para anunciar sanções adicionais sobre Moscovo.
"O presidente Putin escolheu uma via premeditada que irá provocar uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano", disse Joe Biden.
"A Rússia é a responsável pelas mortes e destruição que este ataque provocará, e os EUA e os seus aliados e parceiros responderão de forma unida e determinada".
Os mercados estão já a reagir a esta ofensiva. Os futuros do índice europeu Stoxx 50 seguem a perder 3,22% para 3.811 pontos.
Em Wall Street os principais índices também estão no vermelho – com o S&P 500 e o Nasdaq 100 a caírem em torno de 2%, o que significa que o índice tecnológico está a caminho de um "bear market" depois de ter entrado em território de correção a 19 de janeiro.
Por seu lado, o barómetro bolsista da Ásia-Pacífico está em mínimos de 2020.
Já os juros da dívida pública a 10 anos nos EUA recuam para 1,90%, numa altura em que os investidores acorrem a ativos considerados mais seguros, como é o caso das obrigações soberanas.
Os preços do petróleo seguem a disparar, devido aos potenciais riscos de perturbação nas exportações de energia por parte da Rússia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a escalar 4,65% para 101,34 dólares por barril. Desde 2014 que o Brent não tocava nos 100 dólares.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 4,46% para 96,21 dólares por barril.
Na Rússia, a Bolsa de Moscovo suspendeu a negociação em todos os mercados, pelo que não há transações em ações ou rublos, segundo a Bloomberg.
Os preços do metal amarelo seguem a disparar para máximos de mais de um ano, com os investidores a refugiarem-se em ativos seguros – como é o caso das obrigações, do dólar, do iene e do ouro – numa altura em que as forças russas invadiram a Ucrânia depois de Putin ter autorizado aquilo a que chamou de operação militar especial.
No mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro avançam 1,80% para 1.944,80 dólares por onça, valor que não atingia há 13 meses.
Por sua vez, a prata soma 2,4% para 25,15 dólares por onça, como não era visto desde o dia 18 de novembro. Já a platina está a valorizar 1,4% para 1.109,83 dólares por onça, renovando máximos de julho, enquanto o paládio avança 2,9% para 2.551,80 dólares, valor que não atingia desde 17 de agosto.
O Departamento norte-americano da Defesa está a acompanhar uma reportada incursão de tropas e veículos militares na Ucrânia a partir da Bielorrússia, declarou um responsável do Pentágono, citado pela CNN.
Não está ainda claro se as tropas são apenas russas ou também bielorrussas, afirmou a mesma fonte.
Às primeiras horas desta quinta-feira, o serviço fronteiriço da Ucrânia disse que o país estava a ser atacado nas fronteiras com a Rússia, Bielorrússia e Crimeia.
Depois de na quarta-feira ao final do dia a Ucrânia ter decretado estado de emergência, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decretou agora a lei marcial no país.
"Impomos a lei marcial em todo o território do nosso Estado", anunciou o presidente num vídeo no seu canal oficial do Telegram, citado pela agência Efe.
NOW - Air raid sirens are going off in #Kyiv, Ukraine's capital.pic.twitter.com/pGmnWvQFXh
— Disclose.tv (@disclosetv) February 24, 2022
Kiev right now - FRIDAY 25th FEBRUARY 2022. #Ukraine #Russia #KYIV #Kiev #UkraineUnderAttack #RussiaUkraineCrises #UkraineRussia pic.twitter.com/WbT30ULDtZ
— WORLD WAR 3 - RUSSIA vs Ukraine #2022 (@WW32022) February 25, 2022
As Forças Armadas ucranianas anunciaram que abateram um helicóptero e cinco aeronaves russas, refere a CNN.
Os militares russos negaram, segundo avançou a agência noticiosa TASS.
Por toda a cidade de Kiev, setas vermelhas pintadas nas paredes indicam onde estão os abrigos anti-bomba mais próximos, sublinha a CNN.
A cidade usou este sistema de setas vermelhas pela primeira vez em 2014, quando se deu a revolução ucraniana (também conhecida como revolução da dignidade, e que teve início na capital do país), tendo estas sido "repintadas de fresco" recentemente para estarem bem visíveis.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, divulgaram um comunicado conjunto condenando a ação militar russa na Ucrânia.
"A Rússia está a violar de forma gritante a lei internacional e a minar a segurança e estabilidade europeia e global", afirmaram os dois responsáveis.
Recorde-se de que está agendado para esta quinta-feira um Conselho Europeu especial. Charles Michel convocou uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da UE "para discutir os últimos desenvolvimentos relacionados com a Ucrânia e a Rússia".
Statement with president @vonderleyen on Russia's unprecedented and unprovoked military aggression of #Ukrainehttps://t.co/fk3SsJSFqe
— Charles Michel (@eucopresident) February 24, 2022
A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) advertiu as companhias aéreas esta quinta-feira para evitarem sobrevoar a Ucrânia e terem "prudência extrema" no espaço aéreo a uma distância de 185 quilómetros das fronteiras Bielorrússia-Ucrânia e Rússia-Ucrânia, avançou a Reuters.
A imagem do serviço de rastreamento de voos Flightradar24 mostra que o espaço aéreo sobre a Ucrânia e a Rússia está praticamente vazio, com os aviões a manterem-se longe das regiões fronteiriças.
O gabinete do primeiro-ministro enviou um comunicado às redações dizendo que António Costa se reunirá às 9:00 com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, com o ministro da Defesa Nacional e com o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA).
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou para as 12:00 desta quinta-feira uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, comunicou o próprio à agência Lusa.
"Estando a acompanhar o que se passa no leste europeu, em permanente contacto com o senhor primeiro-ministro, entendi dever imediatamente convocar o Conselho Superior de Defesa Nacional para as 12:00 de hoje, no Palácio de Belém, em Lisboa, realizando-se a sessão presencialmente para todos os senhores conselheiros que possam comparecer, mas também por videoconferência para aqueles cuja participação presencial não seja possível", declarou Marcelo Rebelo de Sousa à agência Lusa.
"Era essa a imediata resposta que se impunha, em função do acompanhamento feito em conjunto com o senhor primeiro-ministro e daquilo que era a posição e a solicitação também do Governo, correspondendo à visão que tinha e que tenho da situação vivida", acrescentou o chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas.
"Não queria deixar de dizer aos portugueses que aqueles que são responsáveis por força do seu voto estão não só atentos como na disposição de atuar de forma a estar à altura das circunstâncias, no quadro da ordem constitucional, da estabilidade e da resposta que essas circunstâncias possam determinar", disse ainda o Presidente da República.
Os preços do petróleo continuam a disparar, devido aos potenciais riscos de perturbação nas exportações de energia por parte da Rússia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a escalar 6,75% para 103,08 dólares por barril. Desde 2014 que o Brent não tocava nos 100 dólares.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 6,75% para 98,32 dólares por barril.
Segundo a agência, "os guardas fronteiriços ucranianos não reagiram à entrada de forças russas no território".
"A nossa solidariedade está com a Ucrânia e o seu povo. A Rússia deve parar esta ação militar agora. Consultaremos o G7, a NATO e a UE ainda hoje. É um dia terrível para a Ucrânia e um dia sombrio para a Europa", adiantou o líder alemão, numa primeira reação ao início da invasão na Ucrânia.
The Russian attack on Ukraine is a blatant violation of international law. There is no justification for it. Germany condemns this reckless act by President Putin in the strongest possible terms. Our solidarity is with Ukraine and its people. (1/2)
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) February 24, 2022
O índice do dólar da Bloomberg - que compara a "nota verde" com 6 divisas rivais - está a subir 0,4%. O iene está a valorizar 0,31% para 0,0087 dólares, enquanto o franco suíço ganha 0,02% para 1,0872 dólares.
Por sua vez, o euro está a desvalorizar 0,47% para 1,1252 dólares. Em relação ao franco suíço, a moeda única europeia está mesmo a renovar mínimos de maio de 2015, nos 1,02911 francos suíços.
Já o rublo caiu 7,3% para 0,0114 dólares.
"O risco está a tornar-se evidente, pelo que os investidores estão a virar-se para o dólar, o iene e o franco suíço, acabando por vender o euro", explicou Wako Ogawa, diretor do departamento de câmbio da Deutsche Securities, em entrevista à Bloomberg TV.
As obrigações soberanas da Zona Euro estão a ser bastante procuradas, o que faz cair os juros. Isto numa altura em que os investidores procuram refúgio em ativos seguros, como a dívida pública, ouro, dólar, iene e franco suíço.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguem a ceder 4,3 pontos base para 1,098%.
Já as "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, seguem a mesma tendência, a aliviar 4,6 pontos base para 0,178%.
Por seu lado, os juros de Itália na mesma maturidade cedem 3,6 pontos base para 1,902% e os de França descem 4,3 pontos base para 0,685%.
Os preços da energia estão a escalar com a ofensiva russa na Ucrânia. Além do petróleo, que dispara mais de 6%, também o gás natural segue uma tendência ascendente.
Os futuros do gás TTF no mercado de referência holandês seguem a somar 41%, naquela que é a quarta sessão consecutiva de ganhos.
Já a eletricidade para entrega em março está a subir 31% no mercado alemão.
Os preços têm vindo a ganhar terreno ao longo de toda a semana, devido ao intensificar de tensões entre a Rússia e a Ucrânia e esta quinta-feira estão a ser catapultados para níveis ainda mais altos devido à ofensiva russa.
O chefe de Estado assegurou ainda que as "autoridades portuguesas e em concreto o Ministério dos Negócios Estrangeiros tratarão do que é prioritário".
Questionado sobre qual será a atuação do Estado Português no panorama internacional, Marcelo recordou que o país participou na elaboração do "plano de sanções da UE" e agirá "em solidariedade com as autoridades europeias". O Conselho Superior de Defesa Nacional reúne-se às 12:00.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também já veio lamentar e condenar a incursão russa em território ucraniano, tendo dito que este ataque se pode classificar como "uma das horas mais negras da Europa" em quase 80 anos.
"Estas estão entre as horas mais negras da Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial", declarou aos jornalistas, citado pela CNN.
Borrell prometeu "ajuda de emergência à Ucrânia" e apoio nos esforços de evacuação, incluindo do pessoal da União Europeia.
O Stoxx Europe 600 segue a cair 2,73%. Dos vinte setores que compõem o índice de referência europeu, nem um abriu no verde, com o tecnológico a registar a maior queda (-2,92%).
Nas restantes praças, o espanhol IBEX cai 2,87%, o alemão DAX tomba 3,47%, o francês CAC40 desce 2,53%, enquanto o britânico FTSE 100 recua 2,67%. Amesterdão deprecia 2,77% e Milão 3,13%. Por cá, o PSI-10 segue a desvalorizar 1,48% depois de ter aberto a sessão a recuar mais de 3%.
A crise na Ucrânia tornou-se a mais recente preocupação dos investidores. Além disso, os 'traders' estão preocupados com os bancos centrais, que estão cada vez mais alinhados em subir as taxas de juro. Com esta invasão, a inflação promete galopar, acelerando ainda mais a incerteza sobre a política monetária.
"Prevemos que a volatilidade aumente nos próximos dias e semanas, o que exigirá que os investidores tenham nervos de ferro. Veremos uma fuga para as obrigações e o ouro, pelo menos para já", alertou Norberto Frey do Fuerst Fugger Privatbank.
Alberto Tocchio, gestor de portfólio da Kairos Partners, disse que o mercado pode ter que enfrentar "um abrandamento económico e um disparo na inflação". "Ninguém preparou os investidores para este cenário", acrescentou o analista.
Apesar das crescentes preocupações, alguns analistas acreditam que este é o momento certo para comprar ações, seguindo o velho lema "buy the dip" ("comprar na queda").
"Esta queda acentuada nas ações apresenta-se como uma oportunidade de compra, dado o cenário macro", aconselhou Ulrich Urbahn, chefe de estratégia e análise de ativos da Berenberg, em entrevista à Bloomberg TV.
Após uma troca de opiniões com o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, os líderes "condenaram o ataque russo à Ucrânia nos termos mais fortes possíveis", pode ler-se no comunicado publicado na página do PE.
"A Ucrânia é uma nação independente e soberana e a sua integridade territorial é inegociável. A invasão é injustificada e ilegal", sublinham os líderes europeus.
Para além disso, o Parlamento Europeu considera que o ataque russo tem consequência para lá das fronteiras ucranianas, constituindo uma "ameaça à estabilidade europeia e regional, bem como à ordem mundial baseada em regras. O ataque tem como alvo o nosso modelo de sociedade democrática. Não pode ficar sem resposta", alertam os líderes.
O PE assegura que "continuamos firmes na nossa unidade, na nossa determinação e na nossa resposta à agressão russa não provocada" e que "apoia uma resposta europeia e internacional sem precedentes, incluindo novas e severas sanções que garantirão que o Kremlin seja responsabilizado pelas suas ações".
O grupo de líderes marcou ainda um debate plenário extraordinário para a próxima terça-feira.
A Ucrânia está a sofrer uma "segunda vaga de ataques de mísseis", de acordo com um assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, citado pela imprensa internacional.
A Sky News dá conta de uma explosão na capital ucraniana, Kiev.
As autoridades regionais dizem que há dezenas de mortos em cidades como Brovary ou Odessa.
De acordo com a mesma fonte do governo ucraniano, a primeira vaga atingiu centros militares e vários edifícios em diferentes cidades.
Nas exchanges cripto as filas, ainda que virtuais, também se fizeram sentir, aumentando as comissões de câmbio.
Em declarações ao portal CoinDesk, Michael Chobanian, o fundador da exchange cripto ucraniana Kuna, afirmou que agora havia uma "oferta limitada de tether (USDT)" -- uma stablecoin correlacionada com o dólar -- e que o fluxo de operações "elevou a taxa de câmbio para um valor considerável".
Questionado sobre se havia pânico financeiro na Ucrânia neste momento, o empresário foi claro: "sim, vive-se um pânico financeiro generalizado". "As pessoas querem a todo o custo converter as suas cripto em dinheiro, apostar em stablecoins, para depois saírem do país", acrescentou.
Por sua vez, nas últimas 24 horas, a bitcoin reagiu em baixa à invasão russa, estando a desvalorizar 9,69% para os 35.163,2 dólares, tendo chegado a cair abaixo da linha dos 35 mil dólares (34.996,4 dólares) durante a madrugada. Desde que começaram as tensões geopolíticas, a criptomoeda mais cotada do mercado já caiu quase 20%.
A queda da "criptoqueen" contagiou as restantes altcoins, estando a Ethereum, a segunda criptomoeda do mercado, a desvalorizar 12,22% nas últimas 24 horas para 2.358 dólares.
Já a Theter, uma stablecoin e por isso um criptoativo imune à volatilidade mesmo em tempos de incerteza, é das poucas criptos que se mantém no verde, ainda que com ganhos ligeiros, na linha de água, (0,01%), para 1,0001 dólares.
Ao todo, nas últimas horas, o mercado dos criptoativos perdeu cerca dois mil milhões de dólares, para uma avaliações total de 1,5 biliões de dólares.
De acordo com o porta-voz russo Dmitri Peskov, citado pela agência Reuters, a duração da operação militar na Ucrânia depende do seu desenvolvimento e dos objetivos traçados.
Numa conferência de imprensa por telefone, o porta-voz do Kremlin considerou "inaceitável" usar a palavra "ocupação" para descrever a operação russa.
Questionado sobre o risco da Rússia ser isolada por uma "cortina de ferro" - numa referência ao período posterior à segunda Guerra Mundial – o responsável do governo russo respondeu: "É simplesmente impossível isolar um país como a Rússia com uma cortina de ferro".
O responsável pelo governo britânico apelou ainda ao Ocidente, para que este "acabe coletivamente com a dependência que tem ao petróleo e ao gás russo, que durante tanto tempo deram poder a Putin sobre a política ocidental".
"A nossa missão é clara: tentar diplomaticamente, politicamente, economicamente e, eventualmente, através dos meios militares, garantir que este empreendimento hediondo e bárbaro de Vladimir Putin termine em fracasso", sublinhou Boris Johson.
O chefe de governo frisou ainda que a Rússia "desencadeou uma guerra no nosso continente europeu, com inúmeros mísseis e bombas que caíram sobre uma população totalmente inocente".
Ao que tudo indica estas sanções têm na mira o setor tecnológico russo assim como o fechar de portas do mercado financeiro londrino à dívida do Kremlin. A secretária de Estado britânica para o Comércio, Anne Marie Trevelyian, concedeu uma entrevista ao diário asiático Nikkei -- publicada horas antes da invasão russa na Ucrânia -- onde avançou, que os próximos alvos das sanções de Londres residem na "alta tecnologia".
"Estamos olhar para uma série de áreas de alta tecnologia onde haveria uma degradação muito severa da capacidade para as organizações de Putin, caso fossem aplicadas sanções", disse Trevelyan ao Nikkei.
Para a secretária de Estado do governo de Boris Johnson estas medidas são "mais que necessárias". "Estamos a lidar com um adversário que não 'joga pelas regras', temos de mostrar de acreditamos nos nossos valores", acrescentou.
O primeiro lote de sanções britânicas, anunciado na quarta-feira, teve como alvo três bancos e três multimilionários russos conhecidos por serem próximos do presidente Vladimir Putin.
Para além das sanções diretas contra o setor da tecnologia, a secretária de Estado afirmou que o governo estava disponível para travar o acesso do Kremlin ao mercado financeiro britânico, como fez a UE e os EUA e ainda ampliar a lista de cidadãos russos alvos de sanções.
A organização anticorrupção Transparência Internacional estima que os cidadãos russos ligados ao Kremlin detenham quase dois biliões de euros, só em propriedades, no Reino Unido.
A primeira onda de sanções foi criticada por líderes da oposição parlamentar britânica e executivos bancários por não estar ao nível das sanções europeias norte-americanas.
O plano para a invasão à Ucrânia estava a ser "delineado há anos" por Vladimir Putin, vincou Stoltenberg, que destacou que "haverá uma nova Europa após a invasão a que assistimos hoje".
"Os aliados estão juntos a enviar a mensagem de que nunca vamos aceitar a violação brutal do direito com esta invasão", vincou o secretário-geral, indicando que a "Rússia fechou a porta" a uma solução diplomática. "O objetivo de Kremlin é restabelecer a sua esfera de influência e destruir as regras globais que nos mantêm seguros há decádas."
"Pedimos à Rússia que pare imediatamente, retire as tropas e escolha a diplomacia", apelou o secretário-geral da NATO à Rússia.
Leia a notícia completa aqui.
Na comunicação ao povo francês, Emmanuel Macron afirmou a "determinação de proteger os cidadãos franceses na Ucrânia", mostrando-se também solidário com os cidadãos ucranianos.
"Nestas horas sombrias nascem os fantasmas do passado", recordou, para logo a seguir afirmar que França "não irá ceder em nada".
Afinal, o país rege-se pelos princípios da liberdade, fraternidade e igualdade, sublinhou - algo que continuará a ser defendido por França.
As declarações de Macron juntam-se, assim, ao rol de reações de líderes europeus que já vieram a público condenar a invasão russa à Ucrânia. Emmanuel Macron tem sido um dos políticos europeus mais empenhados no uso da via diplomática na tentativa de travar o conflito - cenário que caiu por terra durante a madrugada, quando militares russos avançaram para a Ucrânia. Há alguns dias, esteve em Moscovo para dialogar com Vladimir Putin.
O comunicado refere ainda que "os guardas de fronteira e os militares [ucranianos] continuam a lutar". O Serviço confirmou ainda que "que temos várias unidades a serem bombardeadas no leste da região, em Zhytomyr.
A notícia surge na mesma altura em que o governo ucraniano confirmou à Interfax que os russos tomaram conta do Aeroporto Internacional Antonov, em Gostomel, nos arredores da capital Kiev, de pois de um ataque aéreo maciço, onde dezenas de helicópteros russos Mi-8 foram os protagonistas.
Os preços do petróleo seguem a disparar mais de 8%, com o "ouro negro" a superar a marca dos 105 dólares por barril, devido a receios que o conflito na Ucrânica provoque problemas nas exportações da matéria-prima provenientes da Rússia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a escalar 8,44% para 105,01 dólares por barril, tendo já chegado a escalar mais de 9% esta sessão. Desde 2014 que o Brent não negociava acima dos 100 dólares.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a disparar 8,02% para 99,49 dólares por barril.
Os futuros do gás TTF no mercado de referência holandês também estão a disparar. Já chegaram a saltar 41%, naquela que é a quarta sessão consecutiva de ganhos.
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Ao início da manhã, o site mostrava que não havia praticamente voos a sobrevoar o espaço aéreo da Ucrânia e da Rússia. A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) alertou esta manhã as companhias aéreas para evitarem sobrevoar a Ucrânia.
"Os nossos piores receios confirmaram-se. Após semanas de escalada, começou uma invasão russa que provavelmente levará as consequências horríveis para vidas humanas e os direitos humanos", afirmou em comunicado a secretária-geral da organização Agnès Callamard.
"Enquanto bombas e misséis caem sobre bases militares ucranianas, e os primeiros relatos apontam para o uso indiscriminado de armas pelo exército russo, a Amnistia Internacional reitera o seu apelo a todas as partes para que cumpram estritamente o direito internacional humanitário e os direitos humanos internacionais", apelou a responsável.
"As vidas civis, as casas e as infraestruturas devem ser protegidas", lê-se no comunicado que pede também para que seja facilitado o o acesso de agências humanitárias para prestar assistência a civis afetados pelo
hostilidades.
A agência de notícias explica que de acordo com as informações disponíveis (ainda dispersas), a ação da Rússia parece ter como objetivo mudar o regime ucraniano, mais do que ocupar o território separatista de Donbass que Putin reconheceu como independente.
A Bloomberg explica que nas contas dos Estados Unidos, a Rússia teria entre 150 mil e 200 mil soldados à volta da Ucrânia antes do ataque desta quinta-feira.
De acordo com o serviços de fronteiras ucraniano, o ataque foi sentido de madrugada tanto pela zona nordeste como pela região de Dombass (no oeste) e pela Crimeia (a sul, no mar Negro). Houve também relatos de conflitos a oeste. Houve também relatos oficiais de batalhas com tanques russos na província de Luhansk (também a este, na fronteira com a Rússia).
Os ucranianos terão chegado à segunda maior cidade ucraniana, Kharkiv, esta manhã, e ocupado um dos aeroportos na periferia de Kiev.
Esta manhã, um conselheiro de Putin disse aos jornalistas que o objetivo é desmilitarizar a Ucrânia.
"Isso significa que as forças armadas ucranianas deverão ser totalmente desmanteladas, as armas destruídas e a Ucrânia transformada numa zona onde a Rússia pode fazer o que quiser sem que a Ucrânia tenha qualquer capacidade de resistir", considera o especialista em questões de defesa Pavel Felgenhauer.
"Putin foi muito específico, as questões territoriais vêm em segundo lugar", disse o especialista do think thank americano Jamestown Fundation, em declarações à agência de notícias.
O S&P 500 está a desvalorizar 2,43% para 4.124,34 pontos, enquanto o industrial Dow Jones perde 2,39% para 32.337,24 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite afunda 2,41% para 12.724,34 pontos, atingindo pela primeira vez o "bear market" desde março de 2020 -- já que perdeu 21% desde que tocou no seu pico de mercado alcançado a 19 de novembro.
Desde o início do ano, as empresas que compõe o índice já perderam 3,1 biliões de dólares em capitalização de mercado.
Entre os movimento mais notáveis desta quinta-feira, a Apple segue a cair 2,94%, a Microsoft segue a desvalorizar 2,92%, a Amazon tomba 3,2%, enquanto a Alphabet - a empresa-mãe da Google - cai 2,8%. As ações da Meta seguem a mergulhar 3,6%, estando a aproximar-se de uma queda de 50% face ao pico atingido em setembro.
Se até então, o mercado ainda estava animado pelo chamado movimento "buy the dip" (comprar barato) aproveitando as ações em preço de saldo, agora os investidores devem estar em alerta, pois como explica Ivana Delveska, diretora de investimentos da SPEAR Invest, em entrevista à Bloomberg TV, "o cenário que nos é apresentado é agravado, já não é apenas a incerteza sobre a subida das taxas de juro ou a incerteza sobre as tensões entre dois países, é uma guerra, o que leva os investidores a afastarem-se das ações para procurarem ativos refúgio".
Altaf Kassm, responsável pelo departamento de estratégia de investimento para a Europa da State Street Global Advisors, partilha da mesma opinião, "o apetite pelo risco está a diminuir, as ações estão a dar lugar às obrigações ao tesouro e aos metais preciosos".
O mesmo tweet refere que a invasão à Ucrânia foi um "ataque não provocado e injustificado". Os Estados Unidos já anunciaram esta terça-feira sanções à Rússia.
President Biden met with his national security team in the Situation Room this morning to discuss the latest developments in Ukraine. He discussed how we will hold Russia accountable for its unprovoked and unjustified attack on Ukraine.
— The White House (@WhiteHouse) February 24, 2022
O Ministério russo da Defesa anunciou a destruição de 74 infraestruturas militares na Ucrânia, incluindo 11 bases aéreas, segundo a agência noticiosa russa RIA.
O Exército ucraniano, por seu turno, indica que decorrem combates pelo controlo da base áerea de Gostomel, nos arredores de Kiev.
Footage from Gostomel Airport in Kyiv shows Russian helicopters coming under attack from what sounds like MANPADS. pic.twitter.com/F0xaVGCeET
— Kyle Glen (@KyleJGlen) February 24, 2022
O Kremlin tinha indicado que tinha assumido o controlo da base de Gostomel.
Depois de ter encerrado o espaço aéreo e de ter pedido para acionar o estado de emergência, a Moldávia reitera que as suas fronteiras estão "abertas para os cidadãos ucranianos que precisem que estejam de passagem ou pretendam ficar no país em segurança".
First citizens arrive in , with over 4000 crossings today. The govt has deployed temporary placement centers near Palanca and Ocnita. Our borders are open for citizens who need safe transit or stay. pic.twitter.com/F0NsQcKx02
— Maia Sandu (@sandumaiamd) February 24, 2022
O governante confirmou que as forças russas estão a tentar tomar Chernobyl. "Os nossos defensores estão a dar as suas vidas para evitar que a tragédia de 1986 se repita", escreveu na rede social, recordando a explosão da central nuclear nessa cidade, em abril de 1986. E, na mesma mensagem, o presidente ucraniano sublinhou que "isto é uma declaração de guerra contra toda a Europa".
Russian occupation forces are trying to seize the #Chornobyl_NPP. Our defenders are giving their lives so that the tragedy of 1986 will not be repeated. Reported this to @SwedishPM. This is a declaration of war against the whole of Europe.
— ????????? ?????????? (@ZelenskyyUa) February 24, 2022
Na mesma rede social, o presidente da Ucrânia destacou que "um pacote de medidas adicionais contra a Rússia por parte da União Europeia está a aproximar-se". Esta manhã, em conferência de imprensa, a presidente da Comissão Europeia já tinha mencionado o recurso a sanções para restringir a atividade económica russa.
"Exigimos que a Rússia seja retirada do sistema de pagamentos SWIFT, a introdução de uma zona sem tráfego aéreo na Ucrânia e outras medidas efetivas para travar o agressor".
A package of additional tough sanctions against Russia from the EU is approaching. Discussed all the details with @EmmanuelMacron. We demand the disconnection of Russia from SWIFT, the introduction of a no-fly zone over Ukraine and other effective steps to stop the aggressor.
— ????????? ?????????? (@ZelenskyyUa) February 24, 2022
"É claro que estamos a caminhar no sentido de uma normalização da política monetária", afirmou Robert Holzmann, quando questionado pela agência sobre o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia. "É possível, no entanto, que a velocidade possa agora ser em certa medida atrasada".
Leia a notícia completa aqui.
O ouro está a ter uma das subidas mais expressivas na sessão desta quinta-feira e está a negociar em máximos de janeiro de 2021. Nesta altura, soma 0,64%, com a onça a negociar nos 1.921,23 dólares.
Ainda assim, este já é um valor mais moderado deste metal precioso, já que o ouro chegou a somar 3,4% ao início da tarde e a cotar nos 1.975,49 dólares, um valor que não era visto desde setembro de 2020.
Ainda assim, os analistas referem que o preço do ouro poderá continuar a escalar. "A invasão da Ucrânia põe os mercados em modo de pânico", diz Alexander Zumpfe, trader da Heraeus Metals Germany GmbH & Co. "Os investidores estão a retirar as ações dos seus portefólios e a fugir para os ativos-refúgio", como é o caso do ouro. "Esperamos que o ouro possa ultrapassar a fasquia dos 2.000 dólares por onça nos próximos dias caso o conflito continue a escalar", antecipa Bernard Dahdah, analista de 'commodities' na Natixis, uma nota citada pela Bloomberg.
O ouro não é o único metal precioso a valorizar devido ao conflito na Europa. A prata está a subir 0,84% para 24,76 dólares. Já a platina está a cair 1,09% para 1.083 dólares.
As bunds alemãs a dez anos, vistas como a referência para o bloco europeu, estão a ceder 5,7 pontos base para uma taxa de 0,166%.
Já os juros da dívida italiana com a mesma maturidade estão a registar a maior descida entre as principais yields europeias, a aliviar 12,7 pontos base para 1,811%.
O cenário na Península Ibérica é também composto por uma descida expressiva nos juros das dívidas portuguesa e espanhola. No caso dos juros portugueses a dez anos regista-se um recuo de 8,2 pontos base para 1,059%. Em Espanha, os juros cedem 8,5 pontos base para 1,172%.
Todos os setores fecharam no vermelho, com quedas expressivas do setor da banca, que recuou 8,17%, e pelo setor automóvel, que tombou 5,97%.
As menores quedas foram registadas pelo setor de petróleo e gás, que desvalorizou 0,34%.
O PSI-20 registou a menor queda entre os índices europeus, a desvalorizar 1,52%. O espanhol IBEX caiu 2,86%, fechando em mínimos de quase um ano, enquanto o alemão DAX caiu 3,96%, encerrando a sessão em mínimos de quase 11 meses. O inglês FTSE tombou 3,82%, em mínimos de dois meses. Nota ainda para a queda de 2,66% em Amesterdão e de 4,1% em Milão, a maior queda entre as praças europeias.
A bolsa russa chegou a cair 45%, naquele que foi o terceiro maior tombo na história deste índice, mas encerrou a sessão a desvalorizar 33%.
A central nuclear de Chernobyl foi capturada por forças russas, anunciou esta tarde Mykhailo Podolyak, consultor da Presidência ucraniana.
"É impossível dizer que a central nuclear de Chernobyl está segura após um ataque sem sentido dos russos", disse.
"Esta é uma das maiores ameaças na Europa hoje", acrescentou.
A mesma fonte indica que as defesas aéreas ucranianas foram eliminadas pelos ataques russos.
As tropas russas avançam ao longo das duas margens do rio Dniepre e preparam-se para tomar Kiev, acrescenta.
Os militares russos já têm controlo sobre várias bases aéreas na Ucrânia e podem utilizá-las para colocar mais tropas no país.
O responsável refere que a convicção nos serviços secretos ocidentais é que Putin pretende controlar toda a Ucrânia, com o objetivo final de substituir o atual governo por um regime fantoche.
O chanceler alemão avisa que Putin não deve subestimar a resposta da NATO, e considera que é preciso assegurar que o conflito não alastra para outros países.
Num discurso transmitido à hora de abertura dos telejornais, Olaf Scholz voltou a classificar este conflito como "a guerra de Putin".
Foi Putin que decidiu a guerra, "e não o povo russo", referiu. Putin "carrega a responsabilidade sozinho". "Esta guerra é a guerra de Putin", afirmou, citado pelo jornal alemão Deutsche Welle.
Sublinhando que é importante garantir "que o conflito não alastra a outros países" europeus, o chefe de governo alemão avisou que o líder russo não deve subestimar a determinação da NATO na proteção dos seus membros. A Ucrânia não faz parte da NATO.
O responsável afirmou que estão a ser preparadas novas sanções a nível internacional para que Putin pague "um preço elevado" pelo ataque.
Scholz discute essas medidas com outros líderes europeus ainda esta quinta-feira.
Os líderes ocidentais estão divididos sobre a possibilidade de desligar a Rússia do sistema de pagamentos internacional Swift, segundo avança o Financial Times.
Depois do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ter pressionado a União Europeia a dar esse passo, o chanceler alemão, Olaf Scholz, admitiu que tem reservas sobre a medida, de acordo com fontes próximas das negociações, não identificadas, citadas pelo jornal britânico.
Oficialmente, a Alemanha recusou comentar a informação, respondendo apenas ao FT que "todas as opções" estão em cima da mesa.
A Ucrânia continua a pressionar os países europeus a avançar. "Todos os que têm dúvidas sobre se a Rússia deve ser banida do Swift têm de entender que o sangue de homens, mulheres e crianças ucranianas também estará nas suas mãos", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, no Twitter.
O Swift é um código para identificar os bancos nas transferências internacionais ou ordens de compra e venda de ativos.
Também a Reuters escrevia esta quinta-feira que é improvável que a União Europeia avance de imediato para uma medida desta natureza.
Os EUA vão enviar mais cerca de sete mil militares para a Alemanha em reação à invasão da Ucrânia pela Rússia, indicou uma fonte do Pentágono citada por diversos media ocidentais.
"O reforço inclui uma brigada blindada de combate que será destacada para a Alemanha para tranquilizar os aliados da NATO, deter a agressão russa e estar pronta a dar apoio na região. Os militares deverão partir nos próximos dias", referiu.
O reforço militar nas bases americanas na Alemanha surgem numa altura em que cresce a convicção de que Putin pretende controlar todo o território ucraniano e depor o atual governo.
O índice de referência Moex fechou com um tombo de 33%, tendo perdido o equivalente a 170 mil milhões de euros. Durante a sessão chegaram mesmo a afundar 49%, acionando mecanismos de paragem temporária de negociação, mas acabaram por desacelerar as perdas.
O ministro das Finanças e o banco central já disseram estar a preparar medidas adicionais para estabilizar os mercados financeiros. Da mesma forma, o Governo russo garantiu ainda que vai avançar com apoios para travar o impacto das sanções económicas e financeiras às empresas.
As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em terreno positivo, depois de estarem a afundar durante grande parte da sessão. A impulsionar esteve o setor tecnológico.
O índice industrial Dow Jones fechou a somar 0,28% para 33.223,83 pontos, depois de ter estado muito próximo de entrar em território de correção (a cair quase 10% face aos últimos máximos).
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avançou 1,5% para 4.288,70 pontos, após ter entrado em "bear market" (uma queda de 20% em relação aos máximos anteriores).
Já o tecnológico Nasdaq Composite encerrou com um ganho de 3,34% para 13.473,58 pontos.
Foi precisamente o setor das tecnologias que deu maior alento a Wall Street, levando a que as bolsas recuperassem na reta final da negociação desta quinta-feira. Isto depois de o presidente Joe Biden ter revelado ao final da tarde novas sanções mais duras contra a Rússia depois de Moscovo ter lançado uma invasão em larga escala da Ucrânia.
"O Conselho Europeu apela à prossecução do trabalho de preparação e prontidão a todos os níveis e convida a Comissão, em particular, a apresentar medidas de contingência, nomeadamente na energia", dada a dependência europeia do gás da Rússia, referem as conclusões da cimeira de líderes sobre a invasão russa da Ucrânia.
De acordo com o comunicado emitido no final do encontro, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) pedem ainda uma "rápida preparação e adoção de um novo pacote de sanções individuais e económicas que abrangerá igualmente a Bielorrússia".
Isto porque, para os líderes da UE, houve "envolvimento da Bielorrússia nesta agressão contra a Ucrânia", razão pela qual instam "a que este país cumpra as suas obrigações internacionais".
O alerta foi feito à AFP, durante uma mini-entrevista, por Sébastien Abis, diretor-geral do Demeter, investigador associado do Instituto de Relações Estratégicas e Internacionais (IRIS) e autor da obra "Géopolitique du blé" (Geopolítica do Trigo) (2015).
Questionado sobre se a invasão russa pode comprometer a segurança alimentar mundial, Abis salientou que "os primeiros afetados são os ucranianos", uma vez que "qualquer teatro de guerra tem consequências imediatas para a vida quotidiana".
Depois, "importa lembrar que a Ucrânia é uma grande potência produtora de trigo, milho, girassol, também um pouco de soja, muita colza, cevada,... As suas produções alimentam o mercado mundial porque a Ucrânia tem necessidades internas limitadas, portanto tem volumes importantes para exportar".
Por exemplo, "a Ucrânia representa 12% das exportações mundiais de trigo, quase 20% de milho, 20% em colza. Em girassol é metade da exportação mundial! Portanto, tudo isto vai acrescentar nervosismo, mesmo muito nervosismo, nos mercados agrícolas".
Mais a mais, reforçou, esta crise acontece "quando os preços já estavam extremamente elevados, devido à volatilidade dos últimos meses" e antecipou que vai haver impactos sobre os preços médios, porque não há muitas alternativas em termos de origem, pelo que muitos países importadores vão ficar fragilizados".
Abis admitiu que esta fragilidade possa significar penúrias nos países importadores: "Será que os volumes ucranianos que estavam por exportar de milho e trigo vão poder sair? Em trigo trata-se de nove milhões de toneladas e em milho seis milhões a sete milhões".
Ora, prosseguiu, "se os portos estão destruídos, se a circulação, o transporte logístico não está autorizado, pode haver quebras. Tudo isto vai evidentemente ter um impacto sobre a estabilidade dos aprovisionamentos agrícolas mundiais, os preços".
Por outro lado, avisou, "não se podem esquecer os fertilizantes, porque a Rússia produz muito amoníaco e ureia, tal como a Ucrânia". Ora, como os preços destes produtos "já estão muito elevados", Abis antecipou a existência de "consequências não negligenciáveis nos custos destes fatores de produção indispensáveis à atividade agrícola".
Por isso, sintetizou, trata-se de saber "até onde é que os países vão poder pagar muito cara uma alimentação que já é cara". E admitiu "que podem haver consequências em alguns países onde o aspeto socioeconómico já está à flor da pele no que respeita ao preço da alimentação".
Por exemplo, disse, "o Egito recebe 90% do seu trigo da Federação Russa e da Ucrânia. Claro que vê de muito perto a subida dos preços e o que isso pode significar para o seu mercado interior". Neste contexto, põe-se a questão da eventual ajuda de emergência a países como Líbano e Egito por parte de EUA e França.
O analista avançou que "sempre houve stocks de segurança, cujos volumes são desconhecidos, mas que, no curto prazo, poderiam ser usados". Mas a grande questão, sublinhou, é a de saber "se a situação se mantiver e agravar, se amanhã a Ucrânia não produzir e não puder exportar, quem é que a vai substituir?"