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Queda do petróleo leva Arábia Saudita a anunciar cortes nos salários

A Arábia Saudita aprovou um plano de reformas que prevê o corte dos salários dos funcionários públicos, a criação de mais de 400 mil postos de trabalho no sector privado e a triplicação das receitas não relacionadas com o petróleo até 2020.

Foi um dos segredos divulgados esta semana. Os EUA, ao abrigo da Lei de Liberdade de Informação, revelaram o montante investido pela Arábia Saudita em obrigações do Tesouro dos EUA. Riade tinha 116,8 mil milhões de dólares aplicados no final de Março, mais 14 mil milhões que no mesmo mês de 2015. Apesar de estar entre os maiores credores, o valor ficou abaixo do que muitos estimavam.
Negócios 07 de Junho de 2016 às 10:20
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A Arábia Saudita aprovou esta segunda-feira um plano de reformas para os próximos quatro anos, que prevê um corte nos salários dos funcionários públicos e nos subsídios, como forma de compensar parcialmente os efeitos negativos da queda das receitas do petróleo.

Segundo as previsões inscritas no plano, a dívida pública deverá aumentar de 7,7% do PIB, actualmente, para 30% do PIB em 2020. Até esse ano, o governo quer reduzir o peso dos salários dos funcionários públicos de 45% para 40% da despesa.

O plano aprovado esta segunda-feira insere-se num programa mais geral – Visão 2030 – lançado, em Abril, pelo príncipe Mohammed bin Salman, e que é considerado um dos maiores abalos económicos da história do reino. O príncipe propôs medidas que foram evitadas por governantes anteriores, que utilizaram grande parte dos lucros inesperados das exportações de petróleo para criar empregos públicos.

Encorajar os sauditas a procurarem trabalho no sector privado tem sido, por isso, um grande desafio no reino onde, apesar das tentativas de diversificação, mais de 70% das receitas do governo veio do petróleo em 2015. Actualmente, o Estado ainda emprega dois terços dos trabalhadores sauditas.

O programa de reformas pretende criar 450 mil postos de trabalho no sector privado até 2020, renovar indústrias como a dos cuidados de saúde e duplicar a produção de gás natural.

Além disso, o plano prevê aumentar o número de mulheres na força de trabalho de 23% para 28%. Segundo os dados avançados pelo ministro da Função Pública Khalid bin Abdullah Al-Araj, em conferência de imprensa, o objectivo é aumentar o número de mulheres no sector do serviço público de 39,8% para 42% e em trabalhos de gestão de 1,27% para 5%.

Até 2020, o príncipe Mohammed quer ainda triplicar as receitas não relacionadas com o petróleo para 530 mil milhões de riais (cerca de 124 mil milhões de euros). 

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