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Prisão domiciliária da diretora financeira da Huawei é um luxo

Mesmo a contas com a justiça, a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou vive em condições de luxo enquanto permanece em prisão domiciliária.

26 de Janeiro de 2019 às 20:00
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Meng Wanzhou sai da sua mansão de 4,2 milhões de dólares com um monitor de GPS no tornozelo e entra num SUV preto com motorista. Vai, praticamente livre, deambular por lojas e restaurantes nos cerca de 260 quilómetros quadrados de Vancouver até às 23 horas, horário do toque a recolher.

E assim passa mais um dia de prisão domiciliária de Meng, diretora financeira da Huawei Technologies e filha do bilionário fundador da maior operadora de telecomunicações da China. De acordo com as aparências, esta é uma vida confortável para alguém que está no centro de um complexo jogo de poder.

A prisão de Meng feita a pedido dos Estados Unidos - que querem extraditá-la por alegadamente ter induzido bancos a violarem sanções impostas ao Irão - provocou um conflito diplomático sem precedentes. Nove dias depois de ser presa a 1 de dezembro durante uma conexão em Vancouver, a China deteve dois canadianos por razões de segurança nacional. E nesta semana, um tribunal da China impôs uma sentença de morte, após um julgamento que durou um dia, a um canadiano considerado culpado de tráfico de drogas.

Fiança

As condições da fiança de Meng incluem o monitor de GPS, confinamento das 23 horas às 6 da manhã e vigilância de 24 horas realizada por uma empresa de segurança privada, a Lions Gate Risk Management Group. O trabalho deles é garantir que ela não viola as condições exigidas para a sua libertação. E paga a elevada conta desse monitoramento, o que inclui dois guardas por cada turno e um motorista.

"Se eu tivesse que adivinhar o custo, diria que são cerca de 7 mil dólares por dia", ou mais de 2,5 milhões de dólares por ano, disse Nicholas Casale, ex-detetive da polícia. Casale estruturou o acordo de fiança de Bernie Madoff e atuou como monitor do condenado gestor de recursos durante cerca de três meses.

A condição de Meng depois de pagar uma fiança de 10 milhões de dólares canadianos (cerca de 7,5 milhões de dólares) é incomum, disse ele - normalmente, os movimentos e as comunicações do réu seriam restritos. "Não se pode simplesmente sair para jantar ou fazer compras", disse Casale.

Prisão de Ghosn

As condições da prisão domiciliar de Meng contrastam com a de outro titã do mundo empresarial - o ex-presidente da Nissan Motor, Carlos Ghosn - que está preso num centro de detenção em Tóquio. Na semana passada, Ghosn compareceu em tribunal algemado, com chinelos de plástico e uma corda amarrada à volta da cintura. Meng também está numa situação melhor comparativamente aos dois canadianos detidos na China, que beneficiaram de pouco acesso consular.

Meng, 46 de idade, ostentava uma echarpe Hermès roxa e uma bolsa Bottega Veneta quando visitou pela primeira vez o seu supervisor de fiança em Vancouver, no dia 12 de dezembro. Enquanto isso, estão em curso remodelações numa outra das suas mansões, de 16,3 milhões de dólares canadianos, situada num dos bairros mais elegantes de Vancouver, onde recentemente se encontrava estacionado à porta um camião de um exclusivo designer de closets. A sua defesa indicou que ela pretende mudar-se para lá quando a casa estiver pronta. Se o fizer, estará a duas portas da residência do cônsul geral dos EUA, onde a bandeira estrelada flameja no relvado em frente.


(Texto original: Prisoner in Vancouver: Huawei CFO Awaits Fate in Splendor)

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