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New York Times: Lisboa prospera, mas a que custo para os residentes?

O jornal americano New York Times dedicou um artigo à cidade de Lisboa, onde destaca a recente prosperidade ao mesmo tempo que apresenta o mercado imobiliário e impõe a questão: a que preço para os habitantes?

Mariline Alves
Negócios jng@negocios.pt 24 de Maio de 2018 às 10:13

No passado recente, a capital de Portugal era uma "área estagnada" e servia de "montra" para a crise da Europa, descreve o New York Times. Mas, de acordo com a publicação, esses tempos já lá vão e "a cidade prospera", à medida que é invadida por turistas e que o velho centro se reconstrói – literalmente. Mas quem perde e quem ganha com estas mudanças?

 

Primeiro, alguns dados animadores: o desemprego caiu para cerca de metade, as exportações aceleraram e o investimento estrangeiro instala-se na capital. Por outro lado, a média dos rendimentos dos portugueses "ainda" é de 850 euros, aponta o NYT, enquanto o preço da habitação aumentou 30% nos últimos dois anos.

 

A publicação cita a Ana Drago, que aponta para uma "crise no mercado da habitação". De seguida, apresentam-se os contrastes entre os condomínios de luxo recheados de investidores e os velhos edifícios da Mouraria, onde os residentes "lutam por não ser despejados". Isto, sem perder de vista o "papel essencial" que muitos reconhecem ao sector imobiliário para a recuperação económica do país.

 

Mas esta não é a primeira vez que este jornal americano se debruça sobre o mercado lisboeta. Em 2010, o mesmo autor descrevia as leis do arrendamento como "antiquadas", relembra o próprio no artigo mais recente.  A liberalização do mercado imobiliário, em 2012, veio marcar a diferença de tom na escrita e, claro, a actualidade política portuguesa, sublinha ainda o NYT, com referência aos debates no seio da Geringonça.

 

O artigo conta com testemunhos contrastantes, que levam o jornal a concluir que "há um outro lado inverso para qualquer história feliz acerca da sorte de Lisboa". Conta com opinião da artista Joana Vasconcelos, que acredita que a "cidade está a mudar rápido, mas para melhor" mas também com a experiência de antigos residentes, que se viram em dificuldades e contam como se tentam ajustar às novas condições.

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