Em 2011 celebrou-se, pela primeira vez, o Dia da Produção Nacional. De então para cá, no dia 26 de abril, assinala-se esta data, cujo objetivo principal é valorizar os produtos portugueses. Ao fazê-lo, dá-se a conhecer a qualidade dos produtos do nosso território, potenciando a economia, pois, além de sensibilizar os portugueses para o consumo de produtos nacionais, aumentam-se as exportações e combate-se o desemprego. Ou seja: trabalha-se não só para o presente, mas também para o futuro!
Hoje, assinala-se pela 14.ª vez o Dia da Produção Nacional. Neste contexto, a Mercadona e a CAP, unidos pela mesma visão do setor agroalimentar, focados no crescimento sustentável da atividade e na aposta num setor produtor que vá ao encontro das exigências do consumidor atual, criaram o projeto Semear o Futuro. Trata-se de um projeto que tem na sua génese trazer à discussão temas atuais do setor agroalimentar, destacar as boas-práticas que já se utilizam neste momento e dar a conhecer projetos inovadores neste âmbito, procurando estabelecer a ligação entre a produção e o consumidor.
Sete semanas a lançar sementes
Durante as próximas sete semanas, o projeto Semear o Futuro vai fazer um verdadeiro caminho agrícola com a missão de "fertilizar naturalmente" a produção nacional, possível graças ao testemunho de produtores e especialistas deste setor.
Já na próxima sexta-feira, Luís Mira, secretário-geral da CAP, faz um ponto de situação atual da agricultura no país e aponta ao futuro.
Nas semanas seguintes, também nas páginas do Jornal de Negócios, vamos conhecer empresas do setor que se destacam pelo seu trabalho, as boas-práticas dos fornecedores e as realidades de diferentes culturas. Neste sentido, não poderia faltar a pera-rocha, fruto apreciado pelos portugueses e importante nas exportações nacionais, tendo sido o responsável por assinalar o Oeste no mapa mundial dos frutos de excelência. A região é a única do país certificada para a produção desta fruta que, curiosamente, registou uma quebra na colheita no ano passado por causa das condições climáticas adversas. Mas será que afetou a qualidade deste produto "embaixador nacional"? A essa pergunta vai responder Gonçalo Santos de Andrade, presidente da Portugal Fresh, que também vai explicar o que distingue a nossa pera mais internacional, a tecnologia utilizada nos pomares ou a sustentabilidade destes.
Eficiência e Inovação
É sabido que parte do país, sobretudo a sul, enfrenta períodos de seca. Uma realidade que não é nova se considerarmos também os dados das Estatísticas Agrícolas, veiculados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a 21 de julho do ano passado, os quais revelaram que "o ano agrícola 2021/2022 em Portugal continental caracterizou-se em termos meteorológicos como extremamente quente (o mais quente desde 1931/32) e muito seco". "A seca meteorológica de 2022 foi das mais severas desde que existem registos sistemáticos, com praticamente todo o território continental em seca severa e extrema nos meses de fevereiro, maio, junho, julho e agosto. A campanha de cereais de inverno de 2022 foi a pior de sempre, tendo sido inclusivamente inferior à produção da campanha de 2012, coincidindo as piores campanhas cerealíferas com as secas mais graves", pode ler-se no documento do INE, no qual também é explicado, por exemplo, que a produção de maçã e de pera também foi afetada.
Na sequência deste tema, vamos conhecer as boas-práticas no que respeita à gestão da água, através das ações levadas a cabo pela Driscoll’s, empresa que comercializa pequenos frutos. Ainda neste âmbito, Nuno Canada, presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), vai dar a conhecer os projetos de investigação que estão em curso nas áreas da sustentabilidade e gestão da água.
Com o objetivo de "adubar" o projeto, mas dentro do tema da inovação, viajaremos até às estufas de tomate, fruto-rei em matéria de exportação e também muito apreciado pelos consumidores internos. Quem vai falar das supracitadas estufas vão ser os responsáveis da empresa Frutas Patrícia Pilar, com enorme experiência na atividade.
Uma gestão eficiente dos recursos é também assegurada pela proximidade entre as cadeias de abastecimento. Os benefícios da proximidade e as sinergias criadas entre todos os elos da cadeia, desde o produtor ao distribuidor, serão partilhados pela Horpozim, Associação Empresarial Hortícola, que aglomera mais de 35 produtores da região da Póvoa de Varzim. A Hortaibérica é um desses produtores e vai falar da experiência de parcerias locais e do papel das associações de produtores no panorama nacional.
Importância do conhecimento partilhado
Na era da desinformação é cada vez mais crucial "construir de forma positiva mensagens verdadeiramente informativas, que ajudem a esclarecer e clarificar ideias preconcebidas acerca do mundo rural e sobre o seu papel na manutenção, preservação e equilíbrio da natureza, do bem-estar animal e da felicidade na vida quotidiana das pessoas". Esta é a promessa do MAPA (Movimento Ambiente e Produção Alimentar), o recém-criado movimento que pretende desmistificar algumas perceções através da partilha de conhecimento e evidências científicas.
Através do diálogo e da partilha surge o conhecimento. Com este objetivo vamos conhecer as boas-práticas do produtor Pasto Alentejano, que visam o bem-estar animal.
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No âmbito do projeto Semear o Futuro vão ser publicados sete artigos, dos mais variados temas, de diferentes organizações, associações e produtores ligados à produção nacionalQue semente gostaria de cultivar nesta primavera para germinar no futuro?
Secretário-geral da CAP - Confederação Agricultores de Portugal
Presidente da Leicar – Associação de Produtores de Leite e Carne
Presidente da Horpozim - Associação Empresarial Hortícola
Porta-voz do MAPA - Movimento Ambiente e Produção Alimentar
Diretor de Cadeia Agroalimentar Mercadona
Presidente da Portugal Fresh