Notícia
Negociações comerciais entre China e EUA arrastam-se com nova ronda em Pequim
A China e os Estados Unidos iniciaram hoje, sob um ambiente de incerteza, uma nova ronda de negociações, que visam pôr fim à guerra comercial desencadeada no verão passado.
A delegação norte-americana, liderada pelo secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, e o representante para o Comércio, Robert Lighthizer, foi recebida esta manhã pelo vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, na residência diplomática de Diaoyutai, em Pequim.
Os negociadores dos dois países apertaram as mãos para os fotógrafos, num ambiente aparentemente descontraído, com sorrisos e trocas de palavras amigáveis, apesar de as negociações terem já sido prolongadas além do período de tréguas inicial.
"É um prazer vê-lo, dormiu bem?", perguntou Lighthizer a Liu He, o encarregado máximo dos assuntos económicos da China e homem de confiança do Presidente chinês, Xi Jinping.
As duas delegações tiveram na quinta-feira um jantar de trabalho, mas as reuniões só arrancaram oficialmente esta manhã.
"Tivemos um jantar muito produtivo na noite passada, estamos ansiosos pelas reuniões de hoje", disse Mnuchin aos jornalistas.
A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o início de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.
Trump e Xi concordaram, entretanto, com uma trégua de 90 dias, que terminou em 02 de março, mas que foi prolongada indefinidamente, visando encontrar uma solução para as disputas comerciais.
Os EUA querem "mudanças estruturais" no modelo económico chinês, dominado por grupos estatais sob tutela do Partido Comunista Chinês.
Trump exige ainda que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes atores em atividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio norte-americano nestas áreas.
Washington quer também mais acesso ao mercado, melhor proteção da propriedade intelectual e o fim da ciberespionagem sobre segredos comerciais de firmas norte-americanas.
"Algum progresso foi já alcançado, mas há ainda muito trabalho a fazer", observou, na quinta-feira, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Gao Feng.