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Melinda Gates defende reforma do FMI e Banco Mundial

Líderes mundiais reúnem-se em Paris esta semana. Melinda Gates defende uma reforma do sistema financeiro global e uma saída para os problemas crescentes da dívida dos países.

4.ª Melinda Gates (Fundação Bill & Melinda Gates)
A influência da Fundação Bill & Mellinda Gates que gere em cooperação com o marido Bill Gates garantem o seu lugar no ranking mundial da Forbes. A Fundação doou em 2015 um total superior a quatro mil milhões de dólares, o que eleva a contribuição desde que foi fundada em 2000 a um total de 37 mil milhões de dólares. Ainda assim, no ranking anterior era 3.ª.
Bloomberg
18 de Junho de 2023 às 12:49
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Melinda French Gates defende uma reforma do sistema financeiro global e um redesenho das instituições, nomeadamente do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Aproveitando a reunião de líderes mundiais que se realizará esta semana em Paris, por iniciativa do Presidente francês Emmanuel Macron, Melinda Gates apela numa entrevista à Bloomberg a que sejam tomadas medidas mais ousadas para reformar o sistema financeiro global e oferecer uma saída para os crescentes problemas de dívida.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, desafiaram líderes políticos e empresariais a discutir em paris um Novo Pacto Financeiro Global. O encontro decorre na quinta e sexta-feira e tem por objetivo discutir como criar um sucessor mais inclusivo para as instituições de Bretton Woods. Entre os convidados estarão o primeiro-ministro chinês Li Qiang, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

A ex-mulher de Bill Gates, que se divorciou em 2021 e que decidiu doar a maior parte da sua fortuna para a Fundação Gates, tem esperança de que que o ímpeto reformador para uma solução global para os problemas da dívida e para reformar o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial esteja a crescer.

Em entrevista à Bloomberg, a cofundadora da Fundação Bill e Melinda Gates lembrou que muitos países africanos estão a emergir da pandemia elevadas dívidas que os levam a avaliar os investimentos em programas sociais com benefícios comprovados de longo prazo para fazer pagamentos de curto prazo. 

E comparou o "dilema" que surge nos países mais pobres com as questões que também os países ricos estão a enfrentar face à maior subida da inflação em décadas. "Se se falar com ministros das finanças, eles dizem 'tenho que fazer escolhas, tal como as família precisam fazer escolhas'", explicou Melinda Gates. "Eles estão nesta situações terrível de ter de optar entre 'Eu continuo a investir nos cuidados de saúde primários que estão a permitir às pessoas viverem vidas mais saudáveis? Corto na educação? Onde posso recuar, já que tenho que gastar tanto dinheiro pagando minha dívida?'", exemplificou.

Recorde-se que ainda recentemente a administração Biden teve de encetar uma longa negociação política por causa do tecto da dívida norte-americana, tendo chegado a uma solução de compromisso para se conseguir financiar. Ainda assim, a secretária do Tesouro Janet Yellen chegou a lembrar, em diversas ocasiões, que se não houvesse um entendimento os Estados Unidos arriscariam entrar em "incumprimento".

Na mesma entrevista, a cofundadora da Fundação Bill e Melinda Gates disse também estar otimista de que os EUA e a China possam superar as diferenças geopolíticas que complicaram os esforços do G20 para elaborar um novo conjunto de regras globais para credores e devedores apanhados na "agonia da dívida". E acredita que muitos países, incluindo os Estados Unidos, saíram da crise pandémica mais virados para si mesmos.

"Devemos lembrar as pessoas que fazemos parte de uma economia global, gostemos ou não", frisou. Nesse sentido, Melinda Gates acredita que o FMI e o Banco Mundial são as melhores instituições para liderar este novo esforço que permita resolver os crescentes problemas de dívida. E pediu  um esforço do G20 para que se redijam novas regras comuns para lidar com o alívio da dívida.

  



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