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Mais ricos de Hong Kong perdem 19 mil milhões com protestos
Os mais ricos de Hong Kong já sentem o impacto de nove semanas de protestos no centro financeiro, com reflexos sobre o crescimento e preços das ações locais.
O património líquido dos 10 magnatas mais ricos cujas fortunas são geradas em empresas negociadas na Bolsa de Hong Kong encolheu 19 mil milhões de dólares desde 23 de julho, segundo o Índice de Bilionários Bloomberg.
O dia 23 de julho foi o último de ganhos no mercado de ações da cidade antes da queda durante nove sessões seguidas, marcando a maior série de perdas desde a transferência da ex-colónia britânica para a China em 1997. A fortuna de Li Ka-shing, o homem mais rico de Hong Kong, diminuiu cerca de 9%, ou 2,7 mil milhões de dólares.
Embora as perdas reflitam em parte a guerra comercial EUA-China, também destacam a crescente preocupação de que a crise política de Hong Kong arranhe a imagem da cidade como um dos principais centros financeiros e comerciais do mundo. Os protestos já afetaram o turismo e as vendas no retalho, o que levou o secretário financeiro de Hong Kong, Paul Chan, a dizer na segunda-feira que o território corre risco de entrar em recessão.
"A situação entrou em território desconhecido, por isso até mesmo os investidores estão à espera para ver", afirmou Shaun Tan, analista da UOB Kay Hian. "Ainda é muito difícil ver onde isto vai chegar".
O destino dos bilionários de Hong Kong pode depender da trajetória dos preços dos imóveis na cidade, cujas propriedades são as menos acessíveis do mundo. Até agora, o mercado mostrou-se resistente, mas a Bloomberg Intelligence alertou que a procura por imóveis - uma fonte importante de riqueza para muitos magnatas em Hong Kong - pode diminuir se os confrontos continuarem.
(Texto original: Hong Kong’s Richest Lose $19 Billion as Protests Batter Stocks)