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Macron aproxima-se de Trump e defende novo acordo com o Irão

O presidente francês alinhou-se ao homólogo americano e defendeu que o actual acordo sobre o nuclear iraniano é insuficiente, pelo que defende a negociação de um novo compromisso que salvaguarde as preocupações do Ocidente. Trump garante que se o Irão ameaçar Washington paga "um preço".

24 de Abril de 2018 às 20:55
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Com todos os olhos mediáticos postos nos apertos de mãos, e respectivo vigor e duração, entre Donald Trump e Emmanuel Macron, foi o aproximar de posições entre os presidentes dos Estados Unidos e de França que mais saltou à vista. Pelo menos no que concerne aos temas abordados na conferência conjunta que decorreu esta tarde em Washington, que culminou o encontro entre ambos e que serve de antecâmara ao jantar desta noite.

 

O primeiro ponto de fricção diz respeito ao acordo sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015 e promovido pelo então presidente americano Barack Obama. Trump sempre disse querer rasgar o "pior acordo da história dos acordos", mas Macron defendeu sempre a importância da estabilidade conferida pelo mesmo.


Hoje Trump voltou a classificar o acordo iraniano como "insano" e Macron admitiu a diferença de opiniões. No entanto, o líder gaulês revelou que a intenção passa por "trabalhar num novo acordo" porque o actual "não é suficiente".

"Tenho dito que este acordo não é suficiente, mas permitiu-nos ter, pelo menos até 2025, algum controlo sobre as suas (iranianas) actividades nucleares. Desejamos, portanto, doravante trabalhar num novo acordo com o Irão", atirou Macron.

Já Donald Trump, fiel ao seu estilo, respondeu às ameaças de Teerão – as mais altas figuras do regime iraniano têm dito que Washington vai "arrepender-se" se rasgar o acordo – garantindo que se o Irão ameaçar os EUA vai "pagar um preço como poucos países alguma vez pagaram".


O presidente francês explicou que será determinante trabalhar no sentido de garantir a interrupção em absoluto de quaisquer actividades nucleares até 2025, parar os testes com mísseis balísticos e encontrar uma solução para conter as acções iranianas no Médio Oriente. Teerão (xiita) tem mantido importante presença nos conflitos em curso na Síria e no Iémen, onde disputa com a Arábia Saudita (sunita) a primazia na região.

Os líderes europeus têm apelado a Trump para que não rasgue o acordo de 2015, e isso mesmo deverá ser defendido pela chanceler alemã, Angela Merkel, que chega aos EUA na próxima sexta-feira. Em linhas gerais, este acordo obrigou Teerão a restringir as actividades nucleares e, em troca, viu levantadas uma série de sanções que durante anos fragilizaram a economia iraniana. Até 12 de Maio Trump tem de decidir sobre continuar a levantar sanções ou a restituição.

A Coreia do Norte e a Síria foram outros temas tratados. Sobre o regime de Pyongyang, Donald Trump assegurou que não há margem para "concessões", isto numa altura em que a Coreia do Norte parece mostrar sinais de que está disponível para deixar o programa nuclear para segundo plano em detrimento de uma aposta na abertura económica. Trump e Kim Jong-un encontram-se no próximo mês.


Em relação ao conflito na Síria, menos de duas semanas depois de Washington, Paris e Londres terem actuado em conjunto para atacar alvos do regime liderado por Bashar al-Assad, Trump admitiu que gostaria de sair do país o quanto antes, mas Macron avisou que é impossível estabelecer um calendário para a retirada francesa de território sírio.

 

Trump fala em "muito boa hipótese" de acordo comercial com a China

 

Macron levava no caderno de encargos para discutir com Trump, assim como Merkel levará, a tentativa de dissuadir o presidente americano de promover políticas proteccionistas, depois de Washington ter aplicado novas tarifas sobre importações de bens chineses e sobre a importação de aço e alumínio, metais cujas exportações da União Europeia beneficiam ainda de uma isenção temporária. Um dos objectivos das viagens de Macron e Merkel é garantir uma isenção permanente.

 

Confirmando que os EUA estão a discutir o assunto com a UE, Donald Trump reiterou a sua oposição ao multilateralismo e reforço a preferência por acordos de âmbito bilateral: "Preferia negociar apenas com a França", disse citado pela Reuters, país com quem os Washington mantém relações comerciais "muito boas".

Trump disse ainda que existem uma "muito boa hipótese" de alcançar um acordo sobre comércio com a China e adiantou que poderá estar para breve um novo acordo para actualizar o NAFTA (EUA, Canadá e México).

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