O Parlamento ucraniano destituiu Viktor Yanukovich da Presidência do país no sábado, 22 de Fevereiro, devido ao "abandono das suas funções constitucionais" e decidiu convocar eleições para 25 de Maio.

Mas o país não ficará sem líder. Os deputados designaram o actual presidente do Parlamento, Olexandre Turchinov, para Presidente interino. Esta decisão mereceu os votos favoráveis de 285 dos 339 deputados presentes na sala.

Olexandre Turchinov (na foto do lado esquerdo), que é braço direito da líder da oposição, Iulia Timochenko,  terá agora a missão de conseguir formar Governo. E terá até terça-feira para encontrar um novo primeiro-ministro para assumir o cargo interinamente até às eleições de 25 de Maio.

Peço aos deputados que iniciem imediatamente o processo de constituição de uma nova maioria parlamentar e a formação de um Governo de unidade nacional. Tal deve ser feito até terça-feira", afirmou o presidente do parlamento, Olexandre Turchinov, citado pela agência France Presse.

Um dos novos que é apontado como possível líder interino pela comunicação social é o de Iulia Timochenko, líder da oposição, que perdeu as eleições para Yanukovich em 2010 e que se encontrava detida por acusações de corrupção até sábado, tendo sido entretanto libertada.

Contudo, Timochenko (na foto do lado direito) já disse não estar interessada no cargo de primeira-ministra. "Peço-vos que não considerem a minha candidatura para o cargo de primeira-ministra", escreveu Iulia Timochenko, numa mensagem colocada na página na internet do seu partido.

Yanukovich tentou abandonar de avião o país, no sábado, tendo sido impedido pela guarda fronteiriça. O Presidente deposto abandonou então o avião e entrou num carro tendo seguido para um destino desconhecido, de acordo com o ministro do Interior ucraniano, Arsén Avákov, citado pela agência Efe.

O ex-responsável fez uma declaração, ainda no sábado, que foi transmitida pela televisão e onde acusa a oposição de “golpe de Estado”, numa declaração que, de acordo com a Reuters, parece ter sido feita num quarto de hotel numa cidade próxima da fronteira com a Rússia.

Os confrontos entre os manifestantes e a polícia fizeram cerca de 80 mortos na última semana, de acordo com os dados oficiais, embora a oposição aponte para cerca de 100.