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Kiev conclui que Yanukovych foi responsável nas mortes de manifestantes

A investigação do Governo provisório ucraniano às mortes dos manifestantes contra o ex-Presidente Yanukovych produziu um relatório no qual o antigo líder da Ucrânia é dado como responsável pela ordem de assassinato.

Bloomberg
03 de Abril de 2014 às 16:28
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As mortes dos manifestantes contra o Presidente deposto da Ucrânia, Viktor Yanukovych, terão sido responsabilidade directa deste ex-chefe de Estado. É este o resultado da investigação levada a cabo pelo Governo provisório de Kiev que concluiu, num relatório preliminar, que Yanukovych deu ordem aos assassinatos que ocorreram em Fevereiro durante as manifestações na Praça da Independência, em Kiev. O relatório acusa ainda o ex-Presidente de ter agido, posteriormente, por forma a encobrir os factos.

 

Foi o actual ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, a garantir a existência de evidências que mostram ter sido Yanukovych a ordenar os ataques de snipers. Houve, de acordo com os registos, cerca de 100 mortes ao longo das manifestações de Fevereiro.

 

O relatório produzido pelas actuais autoridades de Kiev aponta ainda para a participação dos serviços secretos russos nas operações contra os protestantes. Segundo a “CNN” foi o próprio chefe dos serviços de segurança ucranianos, Valentyn Nalyvaychenko, a referir que a agência de informação russa enviou “toneladas” de explosivos e armamento para a Ucrânia.

 

Desde a deposição de Yanukovych, Moscovo mantém que as mortes de protestantes ficou a dever-se às acções de “grupos armados de extrema-direita”, que derrubaram o Presidente “legítimo” (Yanukovych) no que deu origem a um Governo a quem o Kremlin continua sem reconhecer legitimidade.

 

Moscovo também estabelece linhas vermelhas

 

O desenhar de linhas vermelhas ficou sobejamente assinalado quando, em Agosto passado, aquando da crise na Síria o Presidente norte-americano Barack Obama estabeleceu o uso de armas químicas como a ultrapassagem da "linha vermelha" que Washington não poderia aceitar. Desta feita é Moscovo a dizer que também tem as suas linhas vermelhas e que o avanço da NATO para o leste europeu constitui, precisamente, um desrespeito pelos acordos NATO-Rússia.

 

A reunião desta semana entre os ministros dos membros da NATO decidiu pelo aumento da capacidade defensiva, desta organização internacional, no leste europeu, como forma preventiva de novos avanços russos.

 

Citado pelo “Financial Times” Sergey Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo, disse: “Aguardamos, não uma resposta qualquer, mas uma resposta respeitadora dos acordos”. Lavrov referia-se à Declaração de Roma e ao Tratado Fundador Rússia-NATO que estabelecem os parâmetros, limites e formas de coordenação das acções militares de ambas as partes.

 

Segundo o Kremlin a possibilidade de reforço da capacidade militar da NATO em zonas limítrofes às fronteiras russas constituem um desrespeito pelos acordos bilaterais e uma ameaça à soberania e segurança de Moscovo. 

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