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Israel: Manifestação pela libertação da Palestina junta uma centena no Porto

“Enquanto os nossos representantes políticos têm bandeiras de Israel, iluminam fachadas de azul, são banidas manifestações pró-Palestina por toda a Europa e o genocídio continua por condenar”, lamentou Ana Paula Cruz, do Coletivo pela Libertação da Palestina (CLP).

José Coelho/Lusa
Lusa 14 de Outubro de 2023 às 18:28

Cerca de uma centena de manifestantes com lenços tradicionais da Palestina - kufiya -- concentraram-se hoje em frente à antiga Cadeia da Relação, no Porto, pela libertação da Palestina com bandeiras do país e cartazes a dizer Palestina Free.

 

Com música palestiniana a ecoar de colunas, gritos de "Free Palestine" e cartazes onde se lia "Palestina Free" ou "End The Siege on Gaza", Ana Paula Cruz, do Coletivo pela Libertação da Palestina (CLP), disse à Lusa que a manifestação de hoje no Porto serve para demonstrar a "opressão colonial do Estado de Israel" e também para relembrar que neste momento está a haver um "massacre na tentativa de limpeza étnica a acontecer em Gaza".

 

"Enquanto os nossos representantes políticos têm bandeiras de Israel, iluminam fachadas de azul, são banidas manifestações pró-Palestina por toda a Europa e o genocídio continua por condenar", lamentou a ativista Ana Paula Cruz.

 

A ativista afirma que hoje o Coletivo pela Libertação da Palestina (CLP) -- movimento criado em maio e que conta com várias dezenas de associados, entre eles alguns palestinianos a viver em Portugal -- para mostrar a sua solidariedade com o povo palestiniano, e para "exprimir a sua revolta" num espaço público onde tornam pública essa revolta.

 

Ana Paula Cruz critica os representantes políticos da União Europeia por estarem a apoiar "muito mal este conflito" e por não estarem a "condenar o genocídio a acontecer neste momento em Gaza e na Cisjordânia".

 

"É necessário parar de apoiar um Estado colonial que é o Estado Israelita. Diferentes líderes europeus têm publicamente vindo mostrar a sua solidariedade com o povo Israelita e prestar as suas condolências às vítimas do lado Israel e dizer e relembrar que estão com Israel e que defendem o direito de Israel a se defender a não à palavras em relação às vítimas palestinianas", declara a ativista.

 

"Não há uma palavra dita sobre o direito das pessoas palestinianas a resistir e o direito que elas têm ser vítimas do genocídio", disse, reiterando que está a acontecer neste momento "uma limpeza étnica".

 

Ana Paula Cruz recordou ainda que esta sexta-feira o Estado de Israel deu 24 horas às Nações Unidas para retirarem milhares de pessoas da Faixa de Gaza, e que enquanto estas pessoas saíam foram bombardeadas.

 

"Estamos a falar de crimes contra a humanidade e de e de claras violações do direito Internacional", concluiu, em declarações à Lusa.

 

Durante a manifestação no Porto, que dura há mais de uma hora, houve vários testemunhos de palestinianos a viver em Portugal e de pessoas com amigos a viver em Gaza que revelaram os graves problemas que o povo da Palestina está a sofrer com o cerco em Gaza, sem água, sem eletricidade e com bombardeamentos.

 

"Sionismo é assassino, libertar a Palestina" era uma das frases mais gritadas e aplaudidas ao longo da manifestação e dos vários testemunhos.

 

Sionismo é movimento político que se manifestou no final do século XIX, através da comunidade judaica europeia, que defendia a "restauração" de um Estado judaico independente.

 

Um elemento da União da Juventude Comunista brasileira esteve presente na manifestação e leu um documento, recordando os anos de opressão e de limpeza étnica de pessoas da Palestina pelo Estado de Israel, criticando esse "Estado Sionista de Israel" e afirmando que vão continuar a lutar pela liberdade dos "povos palestinos oprimidos".

 

"Por uma Palestina livre. Toda a solidariedade e autodeterminação dos povos. Palestina vencerá", concluiu.

 

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, tinha recusado a retirada da população exigida por Israel, que ordenou a deslocação para o sul do enclave, medida que poderá indiciar uma ofensiva terrestre contra o território palestiniano.

 

A Faixa de Gaza, um enclave pobre e pequeno, com 2,3 milhões de habitantes, há vários anos sob um bloqueio terrestre, está agora sob cerco, com o abastecimento de água, eletricidade e alimentos cortado por Israel.

 

O grupo islamita Hamas lançou há uma semana um ataque surpresa contra Israel com milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

 

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

 

Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

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