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Jacarta ameaça bloquear Facebook caso fuga de dados tenha afectado indonésios

A Indonésia ameaçou bloquear o Facebook se existir alguma prova de que os dados pessoais dos seus cidadãos possam ter sido consultados sem a permissão dos mesmos e se a rede social não reprimir as “notícias falsas” durante as presidenciais de 2019.

Dado Ruvic/Reuters
03 de Abril de 2018 às 13:07
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O governo da Indonésia avisou o Facebook para um eventual encerramento da rede social no país, caso haja alguma prova de que há violação de dados dos cidadãos, assim como, se durante as eleições presidênciais no país, marcadas para 2019, não existir um filtro para as notícias falsas, de acordo com a Bloomberg.

Os últimos tempos não têm sido fáceis para o Facebook. Depois da polémica em torno do facto de a empresa Cambridge Analytica ter sido capaz de aceder a informação pessoal de mais de 50 milhões de utilizadores da rede social, sem a permissão dos mesmos, e que essa informação terá ajudado a campanha presidencial de Donald Trump, em 2016, a Indonésia teme que a corrida à Presidência do país, que começa em Setembro, possa ser corrompida.

Isto num momento em que o actual presidente da Indonésia, Joko Widodo, tenta alcançar uma reeleição. O presidente é um utilizador habitual das redes sociais, tendo cerca de 10 milhões de seguidores no Twitter. No entanto, ainda antes mesmo de começar a campanha eleitoral, o presidente já tem sido alvo de insinuações, incluindo alegações de que tem conspirado com o presidente chinês, Xi Jinping, de modo a garantir uma vitória nas eleições presidenciais, segundo a Bloomberg.

O ministro responsável pelas comunicações e tecnologias da Indonésia, Rudiantara, já manifestou a sua preocupação face ao que indivíduos ou grupos organizados possam fazer nas redes sociais numa tentativa de explorar e influenciar os resultados das presidenciais no país. "Se eu tiver que desligar [as redes sociais], então fá-lo-ei ", disse Rudiantara, citado pela Bloomberg. Anteriormente o ministro tinha já bloqueado uma aplicação de mensagens, o Telegram, e admite que "não hesitará em fazê-lo novamente".

Isto porque o alerta vai para além do Facebook, estende-se igualmente a outras plataformas como o Twitter, o Google ou o YouTube e uma série de outras empresas de media. Neste sentido, o Twitter e o Google já concordaram em trabalhar com o governo de forma a monitorizar o conteúdo divulgado durante a corrida à presidência. O Facebook admite responder ainda esta semana ao apelo do ministro mas salienta que pretende criar várias medidas de protecção de dados pessoais e manter a integridade política do país, de acordo com a Bloomberg.

Esta alegada violação de informações pessoais dos utilizadores do Facebook pode levar a que a empresa enfrente algumas penalizações. Rudiantara quer uma garantia por parte da rede social "de que não existem utilizadores indonésios no Facebook cujas informações ou dados foram usados pela Cambridge Analytica" e acrescenta: "se for esse o caso, posso persegui-los".

A Indonésia é um país com 260 milhões de habitantes, a maior economia do Sudeste Asiático. No Facebook possui 115 milhões de utilizadores.

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