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Holanda vai mudar o nome para Países Baixos em 2020

Termo "Holanda" refere-se apenas a duas das 12 províncias do país. Governo quer utilizar apenas o seu nome oficial e gastou 200 mil euros em estratégia para chamar turistas.

10.º Holanda 612,5 toneladas de ouro
Benoit Tessier
02 de Janeiro de 2020 às 17:26
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A entrada num novo ano marca o início de novos ciclos, recomeços. É o que vai acontecer na Holanda em 2020, uma vez que o seu governo anunciou que vai deixar de utilizar o termo para começar a utilizar apenas o seu nome oficial, Países Baixos.

O termo "Holanda" refere-se apenas a duas das 12 províncias do país: Holanda do Norte, que incluí Amesterdão e Haarlem, e Holanda do Sul, que incluí cidades como Roterdão, Haia e Leiden. Com estavam localizadas nestas duas províncias, criadas em 1840, os grandes centros culturais, políticos e económicos do país, generalizou-se o uso do termo "Holanda" para caracterizar os Países Baixos.

No entanto, estas duas províncias representam menos de 6,5 milhões dos 17 milhões de holandeses. Por isso, a partir deste mês de janeiro, empresas, embaixadas e universidades vão poder apenas referir-se ao Estado holandês usando o seu nome legítimo.

Para isso, o turismo holandês gastou cerca de 200 mil euros numa agressiva mudança de imagem como parte de uma estratégia mais inclusiva para chamar mais turistas a todo o país –e não só a uma parte dele. Também o Turismo da Holanda vai mudar o seu nome para Turismo dos Países Baixos.

"É um bocado estranho promover ao estrangeiro apenas uma pequena parte dos Países Baixos, ou seja, a Holanda", refere um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros holandês ao jornal australiano The Sydney Morning Herald.

A intenção da mudança não é nova: há 25 anos que a indústria do turismo tenta englobar todo o país e não apenas as regiões da Holanda mas só agora impõe medidas concretas sobre os setores do comércio e política.

Países que mudaram de nome

O que a Holanda – ou Países Baixos – está a fazer também não é inédito. São vários os países que mudaram de nome em anos recentes, com os últimos dois exemplos a terem acontecido no ano passado.

No aniversário dos 50 anos de independência da Suazilândia do domínio britânico, em abril do ano passado, o rei Mswati III anunciou que o país africano abandonaria o seu nome colonial para voltar a chamar-se Eswatini, nome de origem indígena que significa "Terra dos Suazi".

Também a Macedónia aproveitou o ano de 2018 para mudar de nome: após tornar-se independente ao deixar a Jugoslávia em 1991, o país adotou o nome FYROM (Antiga República Jugoslava da Macedónia) de maneira a poder entrar na ONU e evitar guerras com a Grécia, país que tem uma região chamada Macedónia e defende que é, historicamente, a legítima dona do termo. Um referendo em 2018 deu o nome de Macedónia do Norte ao país.

Em 2016, a República Checa também tentou um golpe de marketing ao mudar o nome do país para Czechia, com o preceito de ser um nome mais fácil para turistas pronunciarem. Mas, embora empresas como a Apple e a Google tenham adotado o nome, este é pouco conhecido e usado pelos turistas.

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