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Hamas apela a nova intifada contra Israel
O líder do grupo palestiniano reagiu à declaração de Trump com um apelo para reforçar o combate ao "inimigo" de Israel.
A decisão anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, de mover a embaixada em Israel para Jerusalém, reconhecendo esta como a capital do país, continua a gerar muitas reacções.
Uma das mais relevantes foi proferida esta manhã pelo Hamas, que apelou a uma intifada contra Israel. "Devemos apelar e trabalhar no sentido de lançar uma intifada contra os inimigos sionistas", afirmou o líder do grupo palestiniano, Ismail Haniyeh, numa declaração efectuada em Gaza, citada pela Bloomberg.
"Estão a roubar-nos Jerusalém", acusou Haniyeh, que considerou a decisão de Trump como uma "declaração de guerra".
O presidente dos Estados Unidos anunciou esta quarta-feira, 6 de Dezembro, o reconhecimento formal da cidade sagrada de Jerusalém como a capital de Israel, revertendo praticamente toda a política diplomática praticada pelos EUA em relação ao conflito israelo-palestiniano ao longo dos últimos 70 anos.
"Esta coligação do mal que decidiu de forma unilateral sobre o estatuto de Jerusalém merece uma resposta clara da nossa parte", afirmou.
A intifada é o nome popular dado às revoltas dos palestinianos contra o que dizem ser a ocupação de territórios por parte de Israel. A última ocorreu entre 2000 e 2005 e a concretizar-se, esta será a terceira. Todas provocaram milhares de mortos.
Haniyeh apelou aos palestinianos, muçulmanos e árabes para se juntarem nesta resposta à decisão de Trump, classificando amanhã como o "dia da raiva". "Que o dia 8 de Dezembro seja o primeiro da Intifada contra os ocupantes", afirmou o líder do Hamas.
"Demos instruções a todos os membros do Hamas e seus dependentes para estarem totalmente preparados para as novas instruções e ordens que possam sem dadas para confrontar este perigo estratégico que representa uma ameaça para Jerusalém e para a Palestina", acrescentou.
Os talibãs afegãos também condenaram a decisão "fanática e imprudente" do Presidente dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, considerando que vai avivar o conflito no mundo, em particular no Médio Oriente.
"Esta decisão de Trump vai avivar as chamas do conflito em todo o mundo, especialmente no Médio Oriente", afirmaram os talibãs em comunicado, citado pela Lusa, qualificando o anúncio de Donald Trump como "um acto de fanatismo antimuçulmano e um passo imprudente".
(Notícia actualizada às 9:50 pela última vez)