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Há cada vez mais milionários a migrar para fugir de conflitos e impostos

Há cada vez mais milionários à procura de melhores sítios para viver.

04 de Maio de 2019 às 19:00
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Cerca de 108 mil milionários migraram em 2018, um aumento de 14% em relação ao ano anterior e mais do dobro do nível de 2013, segundo a consultora New World Wealth, com sede em Johanesburgo. Austrália, Estados Unidos e Canadá são os principais destinos, segundo a empresa de estudos, enquanto China e Rússia são os países que mais perdem milionários. No ano passado, 3 mil milionários deixaram o Reino Unido, provavelmente por causa do Brexit e carga tributária.

 

Os números sobre a migração de indivíduos de altos rendimentos apontam para condições atuais - como crime, falta de oportunidades de negócios ou tensões religiosas -, mas também podem ser um importante indicador futuro, disse Andrew Amoils, chefe de análise da New World Wealth.

 

"Pode ser um sinal de que coisas más estão por vir, uma vez que os indivíduos de altos rendimentos são, muitas vezes, as primeiras pessoas a irem embora - têm os meios para isso, ao contrário dos cidadãos de classe média", disse.

 

A Austrália lidera a maioria das "listas de desejos" de imigrantes por causa da perceção de segurança, nenhum imposto sobre heranças e fortes laços comerciais com a China, Japão e Coreia do Sul. O país também se destaca pelo seu crescimento sustentado, tendo escapado ileso da crise financeira e evitado recessões nos últimos 27 anos.

 

Os EUA foram o segundo destino mais popular em 2018, com Nova Iorque, Los Angeles, Miami e Baía de São Francisco como opções preferidas.

 

A decisão do governo chinês de restringir a saída de capital nos últimos anos colocou muitos dos cidadãos mais ricos do país na mira das autoridades tributárias, provocando um deslocamento dos ativos e pessoas. Asiáticos de rendimentos elevados também se mudam para países desenvolvidos à procura de mais conforto ou melhor educação para os filhos.

 

A saída de indivíduos de altos rendimentos da China e da Índia não é particularmente preocupante do ponto de vista económico, já que há mais milionários a surgir nestes países do que a sair, revelou a New World Wealth.

 

"Quando o padrão de vida nestes países melhorar, vários abastados devem retornar", disse Amoils.

 

Mercados emergentes voláteis continuam a impulsionar o movimento, com a Turquia a perder 4 mil milionários no ano passado, o terceiro ano consecutivo em que muitos indivíduos de altos rendimentos deixaram o país. Cerca de 7 mil milionários deixaram a Rússia no ano passado, quando o país enfrentava sanções devido à anexação da Crimeia.

 

O desejo de privacidade também tem levado indivíduos de altos rendimentos a procurarem outro país para morar. Esta tendência é refletida no crescimento da procura por um segundo passaporte e permissão de residência.

 

"Muitas pessoas ricas estão à procura de oportunidades para reduzir os riscos associados à divulgação de informações sobre as suas contas", afirmou Polina Kuleshova, da Henley & Partners, que presta consultoria sobre cidadania e publica rankings como o Índice de Qualidade de Nacionalidade.

 

Cerca de 26% dos milionários em todo mundo vão começar a planear uma mudança de país este ano, um nível recorde, de acordo com o relatório de riqueza de 2019 da Knight Frank.

 

(Texto original: Millionaires Flee Homelands as Tensions Rise, Taxes Bite)

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