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França avisa que vai retaliar se EUA avançarem com tarifas contra taxa digital
"Se os norte-americanos decidirem ir em frente com a imposição de sanções contra a taxa digital … então vamos retaliar", disse Bruno Le Maire.
O ministro da Economia francês renovou os alertas contra a intenção dos Estados Unidos avançarem com tarifas a produtos franceses para responder à taxa que o governo gaulês colocou às multinacionais do setor digital.
"Se os norte-americanos decidirem ir em frente com a imposição de sanções contra a taxa digital … então vamos retaliar", disse Bruno Le Maire.
A Bloomberg avançou no início de dezembro que os EUA querem impor taxas alfandegárias no valor de 2,4 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros) à importação de produtos franceses - como champanhe, malas de mão e queijos -, um gesto de retaliação perante o imposto digital que França irá aplicar.
Até agora os EUA ainda não oficializaram estas sanções, mas França já se está a preparar para responder e assinala que está à espera que estas se tornem efetivas em breve. "Se existirem sanções, e é possível que elas venham a ser aplicadas, vamos contactar imediatamente a Organização Mundial do Comércio", afirmou o ministro francês à Inter Radio, de acordo com a Reuters.
Le Maire endereçou uma carta à administração dos EUA, onde avisa que a imposição de tarifas contra a taxa digital vai afetar as "relações transatlânticas" de forma "profunda e duradoura", isto numa altura em que "temos que estar unidos".
O ministro francês acrescenta que "está em contacto com a Comissão Europeia e outros estados membros da União Europeia sobre este tema", estando a ser contempladas "as várias opções os nossos direitos comerciais de uma forma proporcionada e determinada, como temos feito no passado".
O Governo francês decidiu avançar em julho com uma taxa de 3% sobre os serviços digitais prestados na França por parte de empresas com receitas acima de 25 milhões no país e mais de 750 milhões de euros em todo o mundo.
Os Estados Unidos consideram que esta medida é "inconsistente perante os princípios prevalecentes da política tributária internacional, sendo excecionalmente oneroso para as empresas norte-americanas visadas", como a Google, Facebook, Apple e Amazon.