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EUA pedem autorização à OMC para impor sanções contra proteccionismo da Indonésia
Os Estados Unidos pediram autorização à OMC para impor sanções no valor de 350 milhões de dólares à Indonésia depois de Washington ter ganho um litígio comercial que decorreu ao abrigo daquela instituição multilateral. Em causa estão as restrições à importação de bens, plantas e animais impostas em 2017 por Jacarta.
Os Estados Unidos querem impor sanções comerciais à Indonésia para penalizar comportamentos proteccionistas de Jacarta. Segundo escreve esta terça-feira, 7 de Agosto, a Reuters, Washington pediu autorização à Organização Mundial do Comércio (OMC) para aplicar sanções à Indonésia, isto depois de os EUA terem vencido um litígio comercial contra aquele Estado asiático.
Washington considera ter sido penalizada em até 350 milhões de dólares em 2017 devido às restrições impostas à importação de um conjunto de bens pela Indonésia, mostra um relatório norte-americano hoje dado a conhecer pela OMC.
Além dos EUA, também a Nova Zelândia ganhou um contencioso enquadrado pela OMC e que diz respeito às restrições aplicadas por Jacarta à importação de plantas, produtos de origem animal e alimentos como maçãs, batatas, uvas, cebola, galinha ou flores. No entanto, a Nova Zelândia, que garante ter sido prejudicada em 673 milhões de dólares, não avançou ainda com pedido de compensação.
Os EUA argumentam que a Indonésia não respeitou a decisão da OMC pelo que agora exige compensações financeiras que possam colmatar as perdas provocadas às empresas americanas. As autoridades indonésias recorreram da decisão mas perderam o apelo.
Se a sanção anual respeitante a 2017 é de 350 milhões de dólares, Washington avisa que vai "calcular anualmente" o valor da compensação financeira numa altura em que "a economia indonésia continua a expandir-se".
A Reuters explica que os processos relativos a pedidos de compensações financeiras prolongam-se habitualmente durante vários anos, esperando-se desde já que Jacarta conteste a verba exigida no âmbito de quaisquer sanções impostas.
Este pedido dos Estados Unidos surge numa altura em que o país está a braços com uma disputa comercial com os outros principais blocos económicos mundiais, a China e a União Europeia. Washington tem vindo a decretar a aplicação de taxas alfandegárias reforçadas sobre bens importados da UE e da China, com Bruxelas e Pequim a responderem com reciprocidade. Tanto a UE como a China consideram que as políticas proteccionistas da administração liderada por Donald Trump desrespeitam os pressupostos da OMC.