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EUA e aliados bombardeiam alvos na Síria. Guterres pede contenção

Os EUA, a França e o Reino Unido lançaram ataques durante a noite contra alvos relacionados com a produção e armazenamento de armas químicas pelo Governo de Bashar Al Asad. António Guterres, secretário-geral da ONU, pediu contenção aos Estados-membros para evitar uma escalada. Moscovo quer reunião do Conselho de Segurança.

14 de Abril de 2018 às 09:29
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Dissuadir o regime de Bashar Al Assad de repetir o uso de armas químicas na sua guerra contra os rebeldes. Foi este o objectivo do ataque aéreo lançado na madrugada de sábado pelos EUA, Reino Unido e França contra vários alvos na Síria.

Foram evitadas zonas com presença militar russa ou iraniana. O Kremlin já reagiu com o embaixador da Rússia para os EUA, Anatoly Antonov, a avisar que o ataque "terá consequências". Moscovo avançou com a convocação urgente do Conselho de Segurança da ONU para "discutir as acções agressivas dos EUA e dos seus aliados".

"O objectivo das nossas acções é dissuadir a produção, disseminação e utilização de armas químicas", afirmou Donald Tump numa intervenção televisiva a partir da Casa Branca. "Estamos preparados para manter esta resposta até que o Governo sírio pare o uso de agentes químicos proibidos".

A ofensiva segue-se ao alegado ataque com armas químicas lançado pelas forças de Bashar Al Assad em Douma, nos arredores de Damasco, que provocou a morte a dezenas de civis.

Segundo o Pentágono, os aliados realizaram três ataques contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas.

O primeiro dos ataques, perto de Damasco, teve como objetivo um centro de investigação científica utilizada, segundo o chefe de Estado Maior Conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, para a "investigação, desenvolvimento, produção e testes de armas químicas e biológicas".

O segundo objectivo dos EUA e aliados europeus foi um depósito de armas químicas situado a oeste de Homs, que segundo Dunford armazenava as principais reservas de gás sarin nas mãos do governo de Asad.

Por último, os três países atacaram um outro armazém de armas químicas e um "importante centro de comandos", ambos situados perto do depósito de armas químicas a oeste de Homs.

"Os objectivos que foram atacados e destruídos estavam associados ao programa de armamento químico do regime sírio. Também escolhemos objectivos que minimizassem o risco para civis inocentes", afirmou Dunford em conferência de imprensa.

António Guterres apela à contenção

O secretário-geral da ONU, António Guterres, exortou hoje os estados membros a exercerem moderação e se absterem de qualquer acção que possa levar a uma escalada após os ataques contra a Síria.

"Eu apelo a todos os Estados membros para que exerçam contenção nestas circunstâncias perigosas e para evitar todos os actos que possam agravar a situação e agravar o sofrimento do povo sírio", refere António Guterres em comunicado citado pela AFP.

O secretário-geral adiou uma viagem planeada à Arábia Saudita para gerir as consequências da operação militar lançada em conjunto pelos Estados Unidos, Reino Unido e a França contra o governo de Bashar Al Asad.

A intervenção militar ocidental contra a Síria não foi autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU.

Jim Mattis, secretário da Defesa de Donald Trump, afirmou que "neste momento não há mais ataques planeados".

O Governo de Bashar Al Assad considerou o ataque aliado uma "agressão" e uma "violação flagrante da lei internacional", noticiou a agência estatal SANA, que apontou apenas para a existência de feridos em resultado do ataque aliado. Segundo as agências internacionais, depois da ofensiva ocorreram manifestações de apoio ao regime em rotundas e praças.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou que os ataques "não tiveram como objectivo intervir numa guerra civil. Não se trata de uma mudança de regime". 

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