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Erdogan diz que "paciência tem limites" em relação à subida de juros do banco central
O presidente turco não é adepto das políticas de subida de juros, mas foi contrariado pelo banco central, que procedeu a uma subida "muito alta" do ponto de vista de Erdogan. O presidente critica as medidas e a independência do banco central.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, reagiu à subida de juros do banco central ameaçando perder a paciência.
"Estou de momento numa fase de paciência mas há um limite para esta paciência", disse Erdogan esta sexta-feira. O presidente turco classificou a subida "consideravelmente alta" e afirmou que agora "veremos os resultados da independência" da instituição central.
Na mesma ocasião, reafirmou a convicção de que um aumento das taxas de juro não ajudará a abrandar a inflação e avisou que a sua coibição em agir não perdurará indefinidamente. Erdogan defende que a política de juros altos beneficia os ricos e penaliza os mais pobres.
No dia anterior, o banco central da Turquia anunciou um aumento dos juros de 17,75% para 24%. Esta subida, de 6,25 pontos percentuais, é a maior desde que Recep Tayyip Erdogan chegou ao poder, há 15 anos. O salto superou bastante a expectativa dos analistas consultados pela Bloomberg, que apontavam para um aumento de 3,25 pontos percentuais.
Na quinta-feira a lira reagiu em alta à medida imposta pelo banco central, chegando a valorizar 4,50% para os 16,47 cêntimos de dólar. Esta sexta-feira a moeda turca já oscilou entre quebras e ganhos de mais de 1%, mas segue agora em queda ligeira, com uma desvalorização de 0,04% para os 16,44 cêntimos de dólar.
O banco central já tem implementando medidas para tentar travar a inflação, bem como a queda da lira, elevando de forma disfarçada os juros. Mas as medidas não estavam a estancar os problemas, obrigando assim o banco central a actuar de forma mais firme.