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Das críticas a Trump à guerra em Gaza: o discurso do Estado da União de Biden

O presidente norte-americano apareceu revigorado no discurso do Estado da Nação. Sem nunca referir o nome do seu concorrente e antecessor, Donald Trump, acabou por centrar nele a maior parte da sua mensagem.

Joe Biden no último discurso do Estado da União antes das eleições presidenciais de 2024
Joe Biden no último discurso do Estado da União antes das eleições presidenciais de 2024 SHAWN THEW/Pool via REUTERS
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Foram 68 minutos onde coube a Ucrânia e a Rússia, a imigração, a saúde e o aborto, Israel e os impostos aos multimilionários e, claro, Donald Trump. No seu terceiro e último discurso sobre o Estado da União antes das eleições presidenciais de 2024, Joe Biden traçou esta quinta-feira uma divisão clara entre si e os republicanos e fez de Donald Trump figura central - apesar de não ter referido o seu nome uma única vez.

Acusou o antecessor de acabar com o direito ao aborto, de incentivar a violência com recurso a armas, de se mostrar ao lado da Rússia e voltou a lembrar o caótico dia de 6 de janeiro de 2021 - quando um grupo de apoiantes de Donald Trump invadiu o Capitólio horas após este ter apelado a um "grande protesto" após a Justiça ter negado anular a eleição da qual Biden saiu vitorioso.

Joe Biden mostrou-se revigorado, num discurso que está a ser apontando como a garra que muitas vezes tem faltado no seu mandato. Este aspeto é particularmente importante já que os norte-americanos têm mostrado dúvidas sobre a capacidade do atual presidente norte-americano em exercer o cargo durante mais quatro anos.

No arranque, falou da Ucrânia e de como, com a invasão russa, Vladimir Putin lançou o caos na Europa e para lá das fronteiras europeias. "A liberdade e a democracia estão sob ataque tanto no nosso país como no estrangeiro", sublinhou o chefe de Estado. "Se alguém acha que Putin vai parar na Ucrânia, garanto-vos, não vai". E aproveitou para lembrar a forma como Trump se tem colocado ao lado do presidente russo. "O meu antecessor, um presidente Republicano, disse a Putin para fazer o que quiser. É ultrajante, perigoso e inaceitável."

Ainda na política externa, falou de Gaza, onde o continuado apoio norte-americano a Israel tem causado mossa na popularidade de Biden dentro e fora de fronteiras. "Israel tem o direito de ir atrás do Hamas", indicou o presidente dos Estados Unidos. "Mas Israel também tem a responsabilidade fundamental de proteger os civis inocentes." Joe Biden assegurou estar a trabalhar para um cessar-fogo e adiantou que o exército norte-americano pretende criar um doca artificial ao largo da faixa palestiniana para entregar ajuda humanitária.

No campo económico, onde posição dos norte-americanos tem sido mais favorável a Trump, Biden reforçou a intenção de taxar empresas e cidadãos com fortunas acima de 100 milhões de dólares e enumerou medidas para enfrentar os altos custos da habitação.
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