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Da restauração ao ciclismo: os investimentos da família mais rica do mundo

Fundador da maior fortuna familiar do mundo, o falecido Sam Walton provavelmente ficaria perplexo com os negócios que os seus netos escolheram, mas aplaudiria a iniciativa.

Bloomberg
24 de Agosto de 2019 às 12:00
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O Ben Walton, de 44 anos, neto de Sam Walton, é dono da Zoma Capital, que investe em energia e água. Os seus primos Steuart e Tom compraram a Rapha, uma marca britânica de padrão superior para ciclistas, por 225 milhões de dólares em 2017. A Ropeswing Group, de Tom, opera uma variedade de restaurantes em Bentonville, no Estado americano de Arkansas, que tem os "millennials" como público-alvo.

 

"A família Walton educou a próxima geração como uma geração de empreendedores", afirmou Byron Trott, fundador do banco comercial BDT Capital Partners, que presta assessoria a alguns dos clãs mais ricos do mundo.

 

Os seus investimentos marcam uma mudança em relação à geração anterior, hoje com mais de 60 ou 70 anos de idade. Apesar da impressionante riqueza, Alice, Jim, Rob e o falecido John Walton mantiveram os seus investimentos e empreendimentos longe dos holofotes. Mas isso está a mudar à medida que os jovens ganham influência.

 

Os sinais mais visíveis estão na cidade natal. Bentonville tem bares e restaurantes da moda, incluindo o Holler, estabelecimento do tamanho de um armazém com pistas para jogar shuffleboard e hambúrgueres vegetarianos, e o Undercroft, um speakeasy sob uma igreja histórica que foi transformado em restaurante de primeira linha.

 

São todos empreendimentos da Ropeswing, que pretende transformar Bentonville num destino preferido por jovens profissionais e suas famílias. Pistas de bicicleta que cruzam os arredores da cidade são o primeiro passo nos planos de Tom e do irmão Steuart, ambos na faixa etária dos 30, para fazer de Bentonville uma Meca do ciclismo. Steuart é cofundador de uma fabricante de aviões para acrobacia e turismo. Um membro não identificado da família integra o conselho da FoodMaven, uma start-up que vende alimentos excedentes com desconto e que tem os Walton entre os seus investidores.

 

Kiki McLean, porta-voz da família, recusou prestar declarações.

 

A gestão da transição de gerações é prioridade para os clãs mais abastados do planeta. Um estudo publicado pela PwC em 2018 calcula que 3,4 biliões de dólares pertencentes a bilionários serão transferidos nas próximas duas décadas e o planeamento sucessório é uma preocupação dominante.

 

"A sucessão familiar é difícil", reconhece Quentin Marshall, responsável pela área de private banking da Weatherbys. "À medida que a família cresce, os interesses divergem."

 

Não há modelo que sirva para todos. Enquanto outras dinastias, como a dos Koch, tentam manter familiares no comando do negócio, os Walton há muito tempo terceirizaram a gestão da Walmart. Steuart e o seu tio Rob, de 74 anos, integram o conselho de administração, mas os demais concentram os seus esforços longe da retalhista.

 

Por ora, os investimentos do clã fora da Walmart representam uma fração da fortuna total, ancorada na rede fundada por Sam Walton em 1950. O veículo de investimento Walton Enterprises é dono de 50% da Walmart — a participação é avaliada em 160 mil milhões de dólares. Hoje aproximadamente 40 mil milhões de dólares de património familiar não envolvem ações da Walmart, segundo cálculos da Bloomberg.

 

(A Guide to Investing From the Richest Family on the Planet)

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