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Costa confirma que Portugal participará "em ações de dissuasão" da NATO
O primeiro-ministro garante que a NATO "não intervirá nem agirá" em território ucraniano, participando antes em "ações de dissuasão" nos países da organização com fronteira com a Ucrânia.
"Portugal integra este ano as forças de reação rápida da NATO", sublinhou o primeiro-ministro. "Temos um conjunto de elementos que estão disponibilizados, e a prontidão a cinco dias, para, se for essa a decisão, serem colocados sob o comando da NATO para essas missões de dissuasão", explicou.
O primeiro-ministro apelou ao regresso à via diplomática, pedindo à Rússia que "pare o ataque, retire as suas forças e dê espaço para que o diálogo diplomático prossiga de forma a garantir a paz e segurança". Costa defendeu que "a última coisa que se deseja é qualquer corte de relações diplomáticas" e apelou a que estes canais continuem abertos. "Devemos manter, a todos os níveis, os esforços diplomáticos para que o direito internacional seja assegurado", sublinhou.
António Costa explicou que a composição da força portuguesa que participará nas ações da NATO está definida, mas que hoje o comando militar da NATO identificará em concreto quais são as forças destacadas, e para que missão. Para haver empenho destas forças, porém, será necessária uma autorização do Conselho Superior de Defesa Nacional, razão pela qual a reunião foi convocada.
Ucranianos, família e amigos "são muito bem-vindos" a Portugal
O primeiro-ministro manifestou toda a solidariedade para com o povo ucraniano e garantiu que "são muito bem-vindos" ao país, tal como todos os seus familiares, amigos e conhecidos que queiram procurar a segurança em território português. Portugal "garantirá toda a proteção internacional aos ucranianos", frisou o primeiro-ministro português adiantando que o processo dos vistos está a ser agilizado.
Costa disse ainda que há um protocolo de evacuação dos portugueses que residem na Ucrânia, que será ativado "se e quando" for preciso.
Sobre os impactos para a economia, Costa disse que "ainda é cedo para fazer essa avaliação" já que vai depender da duração do conflito, das sanções que serão aplicadas pela União Europeia à Rússia e que contra-medidas serão acionadas pelas autoridades russas em resposta.
Ainda assim, o primeiro-ministro sublinhou que "Portugal é menos dependente da Rússia do que outros Estados da Europa em matéria energética". "Esperamos que seja uma ocasião para a União Europeia olhar para a segurança energética numa ótica de 360 graus e perceber que é fundamental diversificar as fontes de fornecimento e as energias utilizadas", apelou o primeiro-ministro, sublinhando a importância de acelerar a descarbonização e a adoção de energias renováveis.
Neste quadro, argumentou Costa, "o aumento das interconexões entre Portugal e Espanha, e Espanha com o conjunto da Europa, são decisivos para aumentar a segurança energética na Europa". Além destas relações, ganha também importância a "articulação com os países africanos fornecedores de energia e as importações que podem vir dos Estados Unidos da América", explicou.
(Notícia em atualização)