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Conselheiro diz que é agora que Trump vai avançar com reforma fiscal

Gary Cohn revelou ao FT que na próxima semana o presidente americano vai focar-se finalmente em avançar com o prometido plano fiscal assente em enormes cortes de impostos. Trump procura a primeira vitória legislativa.

Reuters
25 de Agosto de 2017 às 16:17
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Em declarações feitas ao Financial Times, Gary Cohn revelou que Donald Trump irá, num discurso agendado para a quarta-feira da próxima semana no Estado do Missouri, mudar o foco presidencial para o prometido plano fiscal assente em grandes cortes de impostos sobre famílias e empresas.

 

O director do Conselho Económico Nacional da Casa Branca disse ao jornal britânico que o presidente dos Estados Unidos vai dar um grande impulso à reforma fiscal através de um conjunto de intervenções que visam modificar o enquadramento dos impostos americanos que, sustenta Cohn, permanecem praticamente inalterados há cerca de 30 anos.

 

O objectivo de Trump será fazer-se à estrada numa espécie de campanha favorável à reforma fiscal, tentando para tal explicar por que é que a mesma é "necessária nos Estados Unidos".

 

Gary Cohn disse ainda ao FT que os líderes da maioria republicana no Congresso americano, Paul Ryan (Câmara dos Representantes) e Mitch McConnell (Senado) já dispõem do enquadramento que a Casa Branca quer que seja a base do projecto de lei que espera ver concluído dentro de poucas semanas por forma a aprovação final antes do final do ano.

 

Esta mudança de foco de Donald Trump surge num momento em que o presidente está sob grande contestação, o que tem abalado a credibilidade da actual administração para implementar as prometidas reformas. O líder do Tesouro americano, Steven Mnuchin, tinha prometido que a reforma fiscal estaria preparada para discussão no Congresso em Agosto, o que como se vê acabou por não se verificar.

 

Trump está sob crescente pressão. Ainda atacou os líderes republicanos nas duas câmaras do Congresso pelo facto de o Partido Republicano estar agora dependente dos democratas para aprovar o aumento do tecto da dívida federal.

 

Isto depois de o presidente já ter criticado fortemente McConnell por este não ter sido capaz de reunir apoio dos senadores republicanos com vista à também prometida revogação e substituição do Obamacare. Os republicanos têm também estado na mira de Trump por não terem viabilizado o desbloqueio de verbas para a construção do muro na fronteira com o México, o que levou o líder da Casa Branca a ameaçar paralisar o governo americano.

 

Por outro lado, como sinalizou Mnuchin, se o Congresso não aprovar a subida do tecto da dívida até ao final do mês de Setembro, os Estados Unidos correm o real risco de entrar em incumprimento (default) entre o início e meados de Outubro.

 

Até ao momento a administração Trump não conseguiu concretizar nenhuma das principais bandeiras eleitorais (muro com o México, reforma fiscal, fim do Obamacare, plano de obras públicas), destacando-se entre os objectivos alcançados o recuo legislativo e normativo sobre a utilização de energias fósseis.

 

Apesar de todas as dificuldades que enfrenta a Casa Branca – muito devido à posição presidencial assumida após os confrontos durante manifestações nazis – Gary Cohn considera que o objectivo agora anunciado em relação à reforma fiscal não é demasiado ambicioso.

 

Também apontado como eventual sucessor de Janet Yellen na liderança da Reserva Federal dos Estados Unidos, Cohn mostra-se confiante na aprovação do plano fiscal "por ambas as câmaras do Congresso. Contudo, a imprensa americana tem sustentado que a reforma fiscal será ainda mais difícil de aprovar do que a revogação do Obamacare, até aqui impedida por falta de apoio dos senadores republicanos. 

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