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Clinton e Sanders em conflito sobre armas, saúde e Irão

Os pré-candidatos democratas às presidenciais dos Estados Unidos Bernie Sanders e Hillary Clinton entraram hoje em conflito em torno de planos de saúde, venda de armas e relações com o Irão, no último debate antes das primeiras votações.

Bloomberg
18 de Janeiro de 2016 às 07:52
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Sanders e Clinton, juntamente com o terceiro candidato Martin O'Malley, debateram em Charleston, Carolina do Sul, pela última vez antes das votações em Iowa, daqui a duas semanas.

 

Sanders, que se tem aproximado de Clinton nas sondagens, revelou, duas horas antes do início do debate, a sua proposta de plano de saúde, "Medicare for All", que garantiu poder poupar às famílias norte-americanas de classe média milhares de dólares por ano.

 

No entanto, este plano implicaria uma subida de impostos para todos os norte-americanos.

 

Sanders, um senador independente que se descreve como um democrata socialista, garantiu que o seu plano pouparia seis biliões em dez anos, quando comparado com o atual sistema.

 

Clinton já tinha criticado Sanders por tentar vender um sistema de pagamento único nacional administrado pelo governo federal que seria demasiado caro, e no debate de domingo reforçou esta crítica afirmando que o plano de Sanders iria destruir o de Barack Obama, que permitiu que mais 19 milhões de pessoas ficassem protegidas por um seguro de saúde.

 

Mudando para o tema do controlo de armas, Clinton acusou Sanders de ter uma posição demasiado permissiva.

 

"Votou numerosas vezes juntamente com a NRA (National Rifle Association), com o lóbi das armas", disse, chamando a atenção para os muitos votos de Sanders contra legislação que obrigasse a uma maior verificação dos antecedentes dos compradores de armas.

 

Sanders defendeu-se afirmando que em Vermont teve uma posição "firme contra o lóbi das armas" e que se opõe à venda "de armas de estilo militar".

 

"Sou a favor da verificação automática de antecedentes", disse.

 

No entanto, voltou a defender os motivos que o levaram a opor-se, no passado, à retirada da imunidade aos vendedores e fabricantes de armas: "Se alguém tem uma pequena loja de armas e estas caiem nas mãos erradas, devemos culpá-lo? Devemos rever a questão", disse.

 

Os pré-candidatos democratas entraram também em conflito sobre a velocidade a que deve decorrer a normalização das relações com o Irão, após o levantamento das sanções anunciado este fim-de-semana.

 

Clinton, que celebrou o acordo nuclear como parte do seu legado como secretária de Estado (2009-2013), defendeu que não se acelere o processo e se vigie o Irão com muito cuidado, enquanto Sanders pediu uma normalização das relações com rapidez.

 

"Devemos normalizar o mais rapidamente possível as relações com o Irão, tendo em conta a sua inaceitável retórica anti-Estados Unidos e o seu financiamento ao terrorismo", disse o senador.

 

"Quero que a relação seja o mais positiva possível, não digo que tenhamos de abrir uma embaixada amanhã, mas o trabalho deve ser semelhante ao que se fez em Cuba", explicou.

 

Já Clinton defendeu uma postura cautelosa: "Temos de os vigiar com muito cuidado. Tivemos um dia bom, precisamos de mais dias bons até que possamos avançar com mais rapidez para a normalização", defendeu a antiga primeira-dama. 

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