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Cimeira do G8 na Rússia cancelada

Já se aguardava e agora foi confirmado o cancelamento da reunião do G8 agendada para Junho deste ano em Sochi. Os líderes do G7 continuam conversações sobre a eventual suspensão ou expulsão da Rússia do grupo dos oito países mais industrializados do mundo. Moscovo já respondeu à possibilidade de suspensão.

Reuters
24 de Março de 2014 às 18:17
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A "flagrante" violação do direito internacional, em que consistiu a intervenção de Moscovo na crise da Ucrânia, levou a que a reunião extraordinária dos líderes do G7, convocada pelo Presidente norte-americano Barack Obama para esta segunda-feira em Haia, determinasse o cancelamento da Cimeira dos oito países mais industrializados do mundo, anunciou o Governo britânico. É a formalização de uma ameça que pendia sobre o Kremlin há já cerca de um mês.

 

"Não haverá cimeira do G8 este ano na Rússia", disse o primeiro-ministro britânico David Cameron em declarações à Sky News, em Haia, onde decorre a reunião do G7, citadas pela

Devemos enviar uma mensagem muito clara ao Governo russo e ao presidente (Vladimir) Putin indicando que avançar mais na Ucrânia será totalmente inaceitável e dará lugar a sanções da União Europeia, dos Estados Unidos e de outros países.
 
David Cameron

agência Lusa. "Vamos reunir-nos hoje à noite (...) para determinar o caminho a seguir, mas sinceramente cabe à Rússia mudar" de atitude, acrescentou.

 

"Devemos enviar uma mensagem muito clara ao Governo russo e ao presidente (Vladimir) Putin indicando que avançar mais na Ucrânia será totalmente inaceitável e dará lugar a sanções da União Europeia, dos Estados Unidos e de outros países", alertou o Chefe do Governo britânico.

 

Além do cancelamento da Cimeira do G8 que deveria realizar-se no próximo mês de Junho em Sochi, Moscovo poderá estar à beira da suspensão ou da expulsão enquanto membro dos oito países mais ricos do mundo. 

 

De acordo com a imprensa norte-americana Barack Obama, que se encontra esta segunda-feira em Haia, tem como caderno de encargos o objectivo de convencer os restantes líderes do G7 a suspender, por tempo indeterminado, a presença da Rússia enquanto membro efectivo do G8.

 

O "The Guardian" vai mais longe e escreve que na reunião desta segunda-feira os líderes dos sete países mais industrializados do mundo poderão chegar mesmo a discutir a expulsão de Moscovo enquanto parte do G8. Apesar de tratar-se de questões de carácter semântico, Moscovo parece estar cada vez mais perante uma clara ostracização por parte dos países mais poderosos.

 

Em paralelo ao encontro do G7 os chefes da diplomacia norte-americana, o secretário de Estado John Kerry, e russa, Sergey Lavrov, estarão, neste momento, reunidos, também, em Haia. Não é prevísivel qualquer alteração imediata à decisão de cancelar a cimeira de Sochi entretanto assumida pelo G7.

 

Moscovo responde ao G7 mas aceita reunir-se com Kiev

 

O ministro dos Negócios Estrangeiro reagiu à decisão dos líderes do G7 e garantiu que a Rússia não participará em fóruns nos quais não é bem vinda, até porque as questões internacionais podem ser discutidas noutras organizações, defende Lavrov.


“O G8 é um clube informal, onde ninguém tem identificação de membro e onde ninguém pode expulsar. Mas se os nossos parceiros ocidentais consideram que este modelo está esgotado, nós aceitamos e não ficaremos agarrados a isso”, explicou Sergey Lavrov citado pelo "Russian Today".

 

Mas Lavrov mostrou que Moscovo não teme o isolamento e acredita poder discutir os problemas actuais noutros fóruns como “o Conselho de Segurança das Nações Unidas” ou o G20.

 

Apesar da inflexão demonstrada até à data, o chefe da diplomacia russa terá dado um passo de relevância diplomática, ao reunir-se esta tarde com o seu congénere ucraniano Andriy Deshchitsia. De acordo com o "El País", o diálogo decorreu à margem da reunião sobre Segurança Nuclear que decorre em Haia. Esta é a primeira vez, desde o início da crise na Ucrânia, que um responsável do Kremlin se reúne com as autoridades de Kiev a quem Moscovo continua a não reconhecer legitimidade.

 

(Notícia actualizada às 18h28 com declarações de David Cameron e às 19h37 com a reacção de Sergey Lavrov)

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