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China vai "passar a perna" à economia americana dois anos antes do esperado

A Euler Hermes prevê que o centro de gravidade da economia global esteja localizado entre a China, a Índia e o Paquistão em 2030.

12– China (58,4)
02 de Fevereiro de 2021 às 12:01
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A economia chinesa destacou-se no panorama mundial em ano de pandemia. A evolução recente faz com que a Euler Hermes estime que o gigante oriental vai ultrapassar o produto interno bruto norte-americano em 2030, isto é, dois anos antes daquilo que ate agora se esperava.

No estudo "O mundo está a mover-se para este, depressa", a Euler Hermes prevê que o centro de gravidade da economia global esteja localizado entre a China, a Índia e o Paquistão em 2030.

Estas previsões têm em conta que velocidade anual a que a economia chinesa se aproximará da norte-americana será, a partir de agora, 2,5 vezes superior à média registada entre 2015 e 2019, ao mesmo tempo que a Ásia-Pacífico se revela preparada para recuperar da crise pandémica 1,4 vezes mais rapidamente do que o anteriormente estimado.

O PIB da China cresceu 6,5% em termos homólogos no quarto trimestre de 2020, um ritmo superior ao esperado e o maior desde o final de 2018, revela o Banco BPI, acionista da COSEC, à semelhança da Euler Hermes. O crescimento do PIB deste país no conjunto do ano de 2020 fica assim em 2,3%, confirmando que a China será a única grande economia que crescerá no ano da pandemia, num ano em que o PIB mundial deverá retroceder 4,2%.

O desempenho da China deve-se sobretudo às fortes políticas de apoio implementadas pelo Governo chinês, de acordo com o mesmo estudo da Euler. Os estímulos fiscais para 2020 impulsionaram o crescimento do PIB chinês em 4,1 pontos percentuais (p.p), que contrasta com o crescimento impulsionado pelos estímulos fiscais de 1,7 p.p. nos Estados Unidos e de +1,3 p.p. na Alemanha.

A análise refere ainda que o rápido controlo da pandemia, o fim das medidas de confinamento e a ausência de uma nova vaga contribuíram para estes resultados.Por fim, o crescimento de 27% nas exportações também teve um papel importante no desempenho económico chinês, impulsionadas sobretudo pela procura por equipamentos de proteção e de equipamentos eletrónicos.

"Este trajeto de bom desempenho económico será muito influenciado pelo acordo de comércio livre Parceria Económica Abrangente Regional (RCEP- Regional Comprehensive Economic Partnership), assinado entre a China e as maiores potências asiáticas e, ainda, a Austrália e a Nova Zelândia", observa a Eurler Hermes. "As economias dos países que integram o acordo são complementares, com estruturas de exportação (por setor) a corresponderem às estruturas de importação dos seus parceiros comerciais, impulsionando uma integração comercial de valor acrescentado, o que reforça o potencial deste acordo".

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