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China avisa Estados Unidos que os dois países estão "à beira de uma nova guerra fria"

Depois da guerra comercial em torno das taxas alfandegárias iniciada por Donald Trump, agora é o coronavírus o novo foco de discórdia. Ao fim de várias semanas de acusações por parte dos Estados Unidos, a China veio responder alertando que estas declarações estão a deixar os dois países "à beira de uma nova Guerra Fria".

Reuters
24 de Maio de 2020 às 11:02
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ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, alertou este domingo que as posições de "certas forças políticas norte-americanas", sobre a origem do novo coronavírus, está a colocar os dois países "à beira de uma nova Guerra Fria". "Certas forças políticas norte-americanas estão a tornar reféns as relações entre a China e os Estados Unidos e conduzir os nossos dois países à beira de uma nova Guerra Fria", disse Wang Yi, citado pela agência France-Presse (AFP).

O chefe da diplomacia chinesa, que falava hoje aos jornalistas à margem da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional iniciada na sexta-feira, reagia as declarações proferidas, nas últimas semanas, por Donald Trump. Nas últimas semanas, o Presidente dos Estados Unidos, tem acusado as autoridades chinesas de atrasarem a comunicação de dados cruciais sobre a gravidade do novo coronavírus, que poderiam ter travado a propagação da doença. "Além da devastação causada pelo novo coronavírus, um vírus político está a espalhar-se pelos Estados Unidos. Esse vírus político aproveita todas as oportunidades para atacar e difamar a China", disse Wang.

A tensão entre Pequim e Washington tem aumentado nos últimos dois anos, com a guerra comercial iniciada pelo Governo Trump com as sobretaxas alfandegárias.


Instituto de Virologia de Wuhan rejeita suspeitas

Entretanto, o Instituto de Virologia de Wuhan, na China, que é acusado pelos Estados Unidos de deixar escapar o vírus da covid-19, anunciou este domingo ter três tipos vivos de coronavírus de morcego, mas nenhum corresponde à covid-19.

No início deste mês, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pediu uma "investigação" para aprofundar a teoria de o novo coronavírus ter sido transmitido aos humanos a partir de um animal, no mercado da cidade onde são vendidos animais selvagens vivos, a alguns quilómetros de distância das instalações do instituto.

Essas suspeitas são "pura fabricação", disse a diretora do instituto chinês, Wang Yanyi, numa entrevista realizada em 13 de maio e transmitida sábado à noite pela televisão pública CGTN. A responsável do instituto adiantou que, tal "como o resto do mundo", desconhecia que o vírus existia e questionou: "Então, como poderia ele [o vírus] ter escapado do nosso laboratório?".

Wang Yangi admitiu que o instituto "isolou e obteve certos coronavírus de morcegos", num total de "três tipos de vírus vivos", mas cuja semelhança com a covid-19 "é de apenas 79,8%".

Investigadores do instituto de virologia de Wuhan, que estudam alguns dos patógenos mais perigosos do mundo, numa publicada em fevereiro numa revista científica, revelaram que a sequência do genoma do novo coronavírus é 80% semelhante à da SARS, que causou uma epidemia anterior em 2002-29933, e 96% à de um coronavírus de morcego.


A doença covid-19 é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 339 mil mortos e infetou mais de 5,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.


Em Portugal, morreram 1.302 pessoas das 30.471 confirmadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.




A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 339 mil mortos e infetou mais de 5,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,3 milhões, contra dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 140 mil, contra mais de 173 mil).

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (97.087) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,6 milhões).

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