Notícia
Bruxelas responde a Trump: ou a força da lei, ou a lei dos mais fortes
Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta da Concorrência, diz que a Europa vai tentar resolver o problema das tarifas do aço e alumínio pelo diálogo. Mas avisa que está pronta a agir.
"Os Estados Unidos e a União Europeia são aliados muito próximos, sempre foram e sempre vão ser", começou por sublinhar o vice-presidente, numa conferência de imprensa em Bruxelas, convocada com o objectivo de clarificar a resposta da União Europeia à decisão firmada ontem pelo presidente norte-americano Donald Trump, de impor tarifas à importação de aço e alumínio. A decisão dos Estados Unidos dá garantias de excepção apenas ao México e ao Canadá, que Trump considera "amigos", e deixa a porta aberta para uma decisão caso-a-caso, para outros aliados.
O vice-presidente confirmou que este sábado a comissária para o Comércio Cecilia Malmstrom tem encontros marcados com os seus homónimos japonês e norte-americano, onde o assunto será discutido. Porém, avisou que esta será "uma reunião" e não "a reunião" decisiva, pelo que não é de esperar que o assunto fique resolvido já amanhã.
Assim sendo, a Comissão está a olhar para todas as hipóteses em cima da mesa. E foi neste ponto que o tom de Katainen endureceu. "Vamos continuar o nosso trabalho preparatório de medidas compensatórias, esperando que não sejamos forçados a usá-las. Mas estaremos preparados caso seja necessário. Se o pior cenário se concretiar vamos levar o Estados Unidos ao tribunal da Organização Mundial do Comércio e estamos a discutiur com outros aliados esta opção", avisou.
Mais: Katainan sublinhou que a Comissão não pode "aceitar que a União Europeia seja dividida em diferentes categorias" e que por isso os Estados-membros vão agir em bloco. "A União Europeia é vista como um bloco no comércio, todos os Estados-membros estão comprometidos com as mesmas regras, não queremos ver qualquer divisão entre Estados-membros ou na indústria", frisou.
O vice-presidente também recusou relacionar a questão do comércio com eventuais negociações no âmbito da NATO, evitando assumir que os Estados Unidos possam estar a pressionar a Europa a aumentar o seu orçamento para a Defesa.
"Espero que ninguém esteja a espera que vamos fazer concessões. Isto não é uma negociação", respondeu Katainen, quando confrontado pelos jornalistas sobre esta possível relação. "Os assuntos relacionados com a NATO e o comércio são completamente separados. A União Europeia não tem um papel na NATO, apesar de ter uma cooperação próxima", somou.
Press conference by Vice-President @jyrkikatainen on the EU's response to the trade restrictions on steel and aluminium by the US https://t.co/Q8uC7chNjr
— European Commission (@EU_Commission) 9 de março de 2018