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Bruxelas responde a Trump: ou a força da lei, ou a lei dos mais fortes

Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta da Concorrência, diz que a Europa vai tentar resolver o problema das tarifas do aço e alumínio pelo diálogo. Mas avisa que está pronta a agir.

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09 de Março de 2018 às 12:53
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"Temos de escolher entre um comércio baseado na lei – e uma ordem mundial assente na lei – ou a ordem da força, a lei dos mais fortes", avisou esta sexta-feira, 9 de Março, Jyrki Katainen, o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela Concorrência. Katainen frisou que a Europa tem de agir em bloco, que vai procurar dialogar com os Estados Unidos, mas garantiu que a Comissão estará pronta a agir caso "o pior cenário se concretize".

"Os Estados Unidos e a União Europeia são aliados muito próximos, sempre foram e sempre vão ser", começou por sublinhar o vice-presidente, numa conferência de imprensa em Bruxelas, convocada com o objectivo de clarificar a resposta da União Europeia à decisão firmada ontem pelo presidente norte-americano Donald Trump, de impor tarifas à importação de aço e alumínio. A decisão dos Estados Unidos dá garantias de excepção apenas ao México e ao Canadá, que Trump considera "amigos", e deixa a porta aberta para uma decisão caso-a-caso, para outros aliados.

No arranque das suas declarações, Katainen fez questão de frisar que é preciso clarificar como é que o processo de exclusão vai funcionar, mas que a Comissão está a assumir que a União Europeia será excepcionada das tarifas uma vez que as empresas europeias "não são fonte de comércio injusto nem de ameaça de segurança". "Somos um aliado, não uma ameaça", sublinhou.

O vice-presidente confirmou que este sábado a comissária para o Comércio Cecilia Malmstrom tem encontros marcados com os seus homónimos japonês e norte-americano, onde o assunto será discutido. Porém, avisou que esta será "uma reunião" e não "a reunião" decisiva, pelo que não é de esperar que o assunto fique resolvido já amanhã. 

Assim sendo, a Comissão está a olhar para todas as hipóteses em cima da mesa. E foi neste ponto que o tom de Katainen endureceu. "Vamos continuar o nosso trabalho preparatório de medidas compensatórias, esperando que não sejamos forçados a usá-las. Mas estaremos preparados caso seja necessário. Se o pior cenário se concretiar vamos levar o Estados Unidos ao tribunal da Organização Mundial do Comércio e estamos a discutiur com outros aliados esta opção", avisou.

Mais: Katainan sublinhou que a Comissão não pode "aceitar que a União Europeia seja dividida em diferentes categorias" e que por isso os Estados-membros vão agir em bloco. "A União Europeia é vista como um bloco no comércio, todos os Estados-membros estão comprometidos com as mesmas regras, não queremos ver qualquer divisão entre Estados-membros ou na indústria", frisou.

O vice-presidente também recusou relacionar a questão do comércio com eventuais negociações no âmbito da NATO, evitando assumir que os Estados Unidos possam estar a pressionar a Europa a aumentar o seu orçamento para a Defesa.

"Espero que ninguém esteja a espera que vamos fazer concessões. Isto não é uma negociação", respondeu Katainen, quando confrontado pelos jornalistas sobre esta possível relação. "Os assuntos relacionados com a NATO e o comércio são completamente separados. A União Europeia não tem um papel na NATO, apesar de ter uma cooperação próxima", somou.

"Somos responsáveis pelo comércio, e é aí que estamos a agir porque temos um problema de comércio", rematou. E no final da conferência fez questão de sublinhar "a mensagem que queria passar", avisando que se trata de escolher entre a força da lei, ou a lei do mais forte.

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