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Bolsas americanas comemoram 9.º aniversário de "bull market" com recorde do Nasdaq
As bolsas norte-americanas encerraram em terreno positivo, com o Nasdaq Composite a marcar novos máximos históricos, no dia em que se celebra o 9.º aniversário do mercado touro. O abrandamento da subida dos salários fez diminuir os receios quanto ao ritmo de subida da inflação, o que, por sua vez, poderá manter a Fed na via de uma subida gradual dos juros.
No dia em que celebraram o nono aniversário da entrada em "bull market", naquele que é o segundo mais longo período de mercado touro (quando se dá uma subida de pelo menos 20% face ao último mínimo) da bolsa de Nova Iorque desde a Segunda Guerra Mundial [o recorde pertence ao período de nove anos e cinco meses compreendido entre 11 de Outubro de 1990 e 24 de Março de 2000 - quando se deu o estoiro das dot.com, na chamada bolha tecnológica], as bolsas de Wall Street comemoraram com subidas próximas de 2%.
O tecnológico Nasdaq Composite foi a estrela da sessão bolsista desta sexta-feira no outro lado do Atlântico. O índice fechou a somar 1,79% para 7.560,81 pontos, naquele que foi simultaneamente um recorde de fecho e um novo máximo de sempre. O último máximo histórico tinha sido marcado no passado dia 26 de Janeiro.
Por seu lado, o Dow Jones avançou 1,77% para 25.335,74 pontos e o Standard & Poor’s 500 subiu 1,74% para 2.786,57 pontos – a menos de 100 pontos do máximo histórico, nos 7.872,87 pontos.
Recorde-se que no dia 9 de Março de 2009, o S&P 500 marcou um mínimo nos 666 pontos, patamar onde o principal índice norte-americano tocou no fundo, num dos piores momentos da crise financeira que abalou os mercados há quase uma década [e que ficou conhecida como Grande Depressão].
Há quem fale num outro bull market, entre 1947 a 1961, mas essa análise falha o bear market de 1956 e 1957, pelo que só há neste momento um mercado touro mais prolongado do que o actual [apesar de o S&P 500 só ter nascido, tal como é hoje, em 1957, os analistas reconstruíram aquilo que acreditaram que o S&P 500 teria sido, com base nos anteriores índices Standard & Poor's e outros dados, para poderem chegar a essa conclusão; se falarmos no Dow Jones e regressarmos a períodos anteriores à II Grande Guerra, temos também um super bull market entre 1920 e 1929 - terminado com o crash da célebre quinta-feira negra de 24 de Outubro].
Mas, se a tendência continuar a ser de subida, será por pouco tempo que o ciclo 1990-2000 se manterá na liderança.
Com efeito, bastarão mais alguns meses a conseguir evitar cair 20% face aos mais recentes máximos históricos (de 26 de Janeiro, no caso do Dow Jones e S&P 500) para que este novo touro se sagre o grande vencedor dos movimentos altistas.
Este ano, o mês de Janeiro foi promissor, ao passo que o de Fevereiro levou muitas bolsas ao chão. Março está agora a ser de volatilidade mas a apontar para um movimento ascendente.
Na sessão de hoje, foram sobretudo os dados do mercado laboral que dominaram as atenções dos investidores. E se o emprego aumentou, o ritmo de subida dos salários desacelerou, o que contribuiu para o optimismo geral.
No mês de Fevereiro, o crescimento do emprego nos EUA registou o maior aumento em mais de um ano e meio, segundo os dados divulgados esta sexta-feira.
Este aumento do emprego, por si só, poderia provocar receios de uma aceleração do ritmo de subida dos juros por parte da Fed, numa altura em que cresce a convicção de que este ano o banco central procederá a quatro aumentos – com o consenso do mercado a estimar que o primeiro deles seja já na reunião deste mês.
No entanto, os dados hoje apresentados revelaram também um abrandamento no aumento dos salários, o que aponta para uma subida gradual da inflação este ano – recorde-se que a Fed estimou em Janeiro que, no final de 2018, a inflação no país possa já estar na meta de 2% definida pelo banco central, mas estes números relativos aos salários travam os receios de que o aumento dos preços se dê de forma muito acelerada.
A desaceleração na subida dos salários aliviou o temor de que a Reserva Federal, agora liderada por Jerome Powell, se decidisse por uma subida agressiva dos juros.
Por outro lado, as novidades surgidas na quinta-feira no plano comercial não tiveram grande influência no sentimento dos investidores, uma vez que se espera por mais pormenores relativamente à imposição das tarifas norte-americanas sobre o aço e alumínio exportado para os Estados Unidos.
Já o anúncio de um encontro entre os líderes da Coreia do Norte e dos EUA [que poderá acontecer já em Maio] – relançou algum optimismo, uma vez que a aproximação de ambos poderá solucionar o impasse relativamente à desnuclearização de Pyongyang e que tem provocado grande tensão entre Pyongyang e Washington.
(notícia actualizada pela última vez às 23:57)