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Economia internacional, Copa e seca levam Brasil a entrar em recessão ao fim de cinco anos

O arrefecimento da economia é uma má notícia para Dilma Rousseff que vai tentar a sua reeleição em Outubro. Brasília aponta o dedo ao abrandamento da economia internacional, o Campeonato do Mundo de Futebol, assim como a seca que assola o país pela contracção brasileira.

29 de Agosto de 2014 às 18:58
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A apenas dois meses das presidenciais, esta era a última notícia que Dilma Rousseff queria ouvir. A economia brasileira entrou em recessão técnica pela primeira vez em mais de cinco anos, desde o ínicio de 2009.

 

Os dados foram divulgados esta sexta-feira pela agência brasileira de estatísticas (IBGE), citada pela Bloomberg.

 

O produto interno bruto (PIB) em cadeia caiu pelo segundo trimestre consecutivo. No segundo trimestre encolheu 0,6% face ao primeiro trimestre, quando registou uma variação negativa de 0,2%. Em termos homólogos, o PIB caiu 0,9% no segundo trimestre, depois de ter crescido 1,9% no primeiro trimestre.

 

O Governo de Dilma Rousseff apontou três factores para esta quebra: o abrandamento da economia internacional, a redução de dias úteis devido à realização do Campeonato do Mundo de Futebol, e a seca que assola o país - que provocou o aumento do custo da energia.

 

O ministro das Finanças brasileiro não quer nem ouvir falar de recessão, argumentando que o desemprego não está a aumentar e que o rendimento das famílias não está em queda.

 

Guido Mantega considera que uma recessão equivale a uma "paragem prolongada, como nos países europeus, que ficaram vários trimestres consecutivos com o PIB parado".

 

"Aqui no Brasil estamos a falar de dois trimestres e sabemos que a economia está em

Com este cenário, podemos dizer que o segundo semestre será melhor que o primeiro, já estamos com um crescimento positivo no terceiro trimestre. O ano vai terminar melhor do que começou.
 
Guido Mantega
Ministro das Finanças do Brasil

movimento. A recessão é quando o desemprego está a aumentar e a renda a cair. Aqui temos o contrário", afirmou, citado pela Globo.

 

Mas Brasília está optimista para os dois próximos trimestres, como demonstrou o governante. "Com este cenário, podemos dizer que o segundo semestre será melhor que o primeiro, já estamos com um crescimento positivo no terceiro trimestre. O ano vai terminar melhor do que começou".

 

Prevendo o arrefecimento da maior economia da América do Sul, o Executivo de Dilma Rousseff aprovou medidas apostando na redução da carga fiscal, na injecção de liquidez na economia e no aumento da despesa com encargos sociais. Resta agora a Brasília aguardar para avaliar os seus resultados.

 

A entrada em recessão técnica é uma má notícia para Dilma Rousseff. A presidente brasileira vai tentar a sua reeleição nas eleições de Outubro. De momento, a perspectiva não é famosa e estes resultados podem agravar as hipóteses da sua reeleição.

 

Uma sondagem recente, levada a cabo pela IBOPE, coloca a antiga ministra do Ambiente, Marina Silva, à frente de Dilma Rousseff, com 45% das intenções de voto, contra 36%, respectivamente. Em caso de uma segunda volta, Marina Silva voltaria a ganhar com 43,7% das intenções de voto, face aos 37,8% de Dilma.

 

O crescimento económico para este ano também foi revisto em baixa pelos analistas. O Goldman Sachs prevê um crescimento de 0,5% face aos 0,75% anteriores. Já o BNP Paribas prevê um que o PIB se mantenha estável este ano, face os 0,5% estimados anteriormente.

 

O Governo também admite rever em baixa as suas previsões - depois de recentemente ter estimado um crescimento de 1,8% para este ano.

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