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Bolsonaro promete em Davos tornar Brasil um dos 50 melhores países para fazer negócios

No ranking do Banco Mundial, o Brasil surge atualmente como o 109.º melhor país para fazer negócios. Jair Bolsonaro prometeu em Davos levar o país para os 50 primeiros.

Reuters
22 de Janeiro de 2019 às 15:35
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O novo presidente do Brasil quer tornar o país num dos 50 melhores no que toca à facilidade em fazer negócios. No ranking do Banco Mundial, o Brasil está atualmente na 109.ª posição. A promessa foi deixada por Bolsonaro num discurso em Davos onde prometeu abrir mais a economia brasileira ao exterior, "aperfeiçoar" a cooperação com os países do Mercosul e preservar o ambiente. 

Jair Bolsonaro foi o orador da abertura esta terça-feira, 22 de janeiro, do Fórum Económico Mundial, dada a ausência de figuras como Donald Trump, Emmanuel Macron, Theresa May e Xi Jinping. A ida a Davos é a primeira visita internacional do recém eleito presidente, tendo o momento sido aproveitado para "vender" a imagem de um "novo" Brasil.

Num curto discurso, Bolsonaro deixou uma promesa: "Paulo Guedes [ministro da Economia e das Finanças] colocará o Brasil nos 50 melhores países para se fazer negócios". O presidente tem apostado as suas fichas em Guedes, cujo plano passa por avançar com privatizações, reduzir os gastos públicos exceto na educação, reformar a segurança social e desregulamentar. Parte dessa estratégia passa também pelo combate à corrupção que é encabeçada pelo ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. 

Jair Bolsonaro garantiu que o Brasil vai seguir as "melhores práticas internacionais" estipuladas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento económico (OCDE) e que vai trabalhar junto da Organização Mundial do Comércio para "eliminar práticas desleais de comércio e garantir segurança jurídica nas normas internacionais". O objetivo é "aprofundar as relações comerciais" da economia brasileira com o exterior dado que, segundo o novo presidente, "o Brasil ainda é uma economia relativamente fechada ao comércio internacional".

Em Davos, o presidente brasileiro desafiou os investidores a aproveitar "a maior biodiversidade do mundo e a riqueza de minerais" do Brasil. "Queremos parceiros com tecnologia para que esta parceria se traduza em progresso", disse, garantindo de seguida que vai diminuir a carga fiscal e equilibrar as contas públicas, assim como simplificar as regras para as empresas e facilitar a vida dos empreendedores que queiram investir e criar empregos. 

Em mais uma mensagem para o exterior, Bolsonaro prometeu investir na segurança do país para fomentar o turismo. "O Brasil é um paraíso que ainda é pouco conhecido", disse, referindo que vai "investir pesado na segurança". "Somos um dos primeiros países em belezas naturais, mas não estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo", assinalou.

Bolsonaro garantiu que vai "compatabilizar" a preservação do meio ambiente "com o necessário desenvolvimento económico", optando por não referir no seu discurso o Acordo de Paris, do qual ameaçou sair. Aliás, o presidente do Brasil disse mesmo, perante as questões do professor Klaus Schwab, presidente executivo do Fórum Económico Mundial, que é preciso diminuir as emissões de CO2 (dióxido de carbono) e assegurar a preservação do meio ambiente, tendo argumentado que o Brasil é "o país que mais preserva o meio ambiente".

Isto apesar de uma das suas primeiras medidas ter sido a integração da Funai (Fundação Nacional do Índio) no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (anteriormente estava no Ministério da Justiça), o que deixa a demarcação das terras indígenas na mão do Ministério da Agricultura. Teme-se que essa decisão abra caminho à apropriação dessas terras da Amazónia por motivos comerciais, algo que até agora era proibido.

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