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Biden faz ultimato: apoio dos EUA a Israel depende da proteção dos civis da faixa de Gaza

Aviso surge no seguimento de um ataque israelita que causou a morte de sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen, após repetidos apelos do Governo norte-americano para que as forças israelitas alterassem a sua estratégia de guerra.

Evelyn Hockstein / Reuters
Tiago Sousa 05 de Abril de 2024 às 10:34

O Presidente do Estados Unidos, Joe Biden, fez esta quinta-feira um ultimato dirigido a Benjamin Netanyahu, líder do Governo israelita, condicionando o apoio americano à investida contra o Hamas à proteção dos civis palestinianos na Faixa de Gaza. Especialistas ouvidos pela Reuters entendem que pode estar em causa transferência de armas ou apoio nas Nações Unidas.

Este é um aviso de Biden que surge no seguimento de um ataque israelita que causou a morte de sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen, após repetidos apelos do Governo norte-americano para que as forças israelitas alterassem a sua estratégia de guerra.

Biden não adiantou exatamente quais as retaliações no caso de Netanyahu não ceder à pressão dos Estados Unidos, mas os especialistas citados pela Reuters acreditam que esta ameaça pode resultar no atraso de transferências de armas dos EUA para Israel ou numa moderação da posição norte-americana na ONU.

A Casa Branca diz que o apelo de Biden foi no sentido de que sejam implementadas "medidas específicas, concretas e mensuráveis para lidar com os danos civis, o sofrimento humanitário e a segurança dos trabalhadores humanitários". 

Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, é mais direto e já garantiu que se não "houver as mudanças necessárias, haverá mudanças na política" dos EUA em relação a Israel. 

O caso da morte dos voluntários da WCK fez correr muita tinta e, já depois deste aviso de Biden, detalha a Reuters, o Governo israelita anunciou o aumento dos fluxos de ajuda para Gaza, incluindo a abertura do porto de Ashdod e da passagem de Erez para o norte do território, além do aumento das entregas de ajuda da Jordânia. Uma série de medidas que não dão garantias de satisfazer os Estados Unidos.

De acordo com o ministério da Saúde de Gaza, desde o início da investida de Israel, após o massacre de 7 de outubro, já morreram mais de 33 mil palestinianos, a maioria mulheres e crianças. O Executivo israelita mantém, apesar da pressão norte-americana, a tese de que estes civis têm sido usados como escudos humanos do Hamas. 

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