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Atividade nas fábricas chinesas recua pela primeira vez em 19 meses
A atividade da indústria manufatureira da China contraiu-se, em dezembro e pela primeira vez em 19 meses, acompanhando a tendência registada por outros indicadores económicos do país, foi hoje noticiado.
De acordo com a revista chinesa Caixin, que publicou a estimativa, o indicador caiu para 49,7 pontos, o nível mais baixo desde maio de 2017, depois de se ter fixado nos 50,2 pontos em novembro.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador (PMI, na sigla em inglês) sugere uma expansão do setor, abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da atividade.
O resultado publicado pela Caixin baseou-se nas respostas a um inquérito realizado junto de gestores de mais de três mil empresas manufatureiras de 31 áreas de atividade industrial do país e é considerado um barómetro para avaliar a atividade da indústria do gigante asiático.
Este número superou, ainda assim, os dados oficiais, avançados na terça-feira pelo Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, que colocavam o PMI de dezembro nos 49,4 pontos, abaixo dos 50 pontos de novembro, a primeira contração desde julho de 2016.
"A queda no PMI divulgada hoje reforça a nossa opinião do que o pior está para vir", escreveu, num relatório, o banco de investimento japonês Nomura.
"Para o futuro vemos mais obstáculos ao crescimento: quebra na procura interna, contração do crédito, esfriamento no setor imobiliário e tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos", acrescentou.
Pequim e Washington aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um dos países.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes atores em atividades de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas.
No terceiro trimestre do ano, a economia chinesa cresceu 6,5%, no ritmo mais baixo dos últimos dez anos.
Em novembro, os lucros da indústria na China registaram a primeira queda homóloga, de 1,8%, desde dezembro de 2015. No mesmo mês, o aumento das vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, recuou para 8,1%, o ritmo mais lento desde maio de 2003.
No imobiliário, o número de propriedades vendidas em Pequim e Xangai caiu 14,3% e 13,9%, respetivamente, em novembro, em relação a igual mês de 2017. Em Cantão, capital da província de Guangdong, que faz fronteira com Macau, a queda foi de 34,9%.
A China é a segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos.