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As propostas de Bolsonaro e Haddad para a economia brasileira

O candidato do PSL às eleições para a presidência do Brasil aposta na redução da dívida pública através da privatização dos principais activos do Estado. Já o candidato do PT às eleições para a presidência do Brasil defende que se volte a apostar no consumo interno para potenciar o crescimento económico.

António Pedro Santos/Lusa
27 de Outubro de 2018 às 15:00
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Jair Bolsonaro

Reaccionário aprendiz de Trump

Saudosista da ditadura militar, reaccionário, homofóbico, xenófobo, machista,  concorre às eleições pelo PSL, o nono partido em que já foi filiado. Surge como suposto candidato anti-sistema, após 27 anos como membro do Congresso. Com um discurso polarizador, muda de discurso consoante o público-alvo e não hesita contradizer-se se isso garantir ganhos eleitorais. À boa maneira de Donald Trump.

Propostas

Privatizações para pagar dívida e flexibilizar mercado laboral

Cortar dívida em 20%

Executar um programa de privatizações, concessões e venda de activos imobiliários para reduzir em 20% a dívida pública que, em 2017, se fixava em 84% do PIB brasileiro. Privatizações podem gerar 700 mil milhões de reais (152,3 mil milhões de euros).

Excedente primário
Assegurar, em 2019, um saldo primário (exclui pagamento de juros) neutro para logo em 2020 conseguir registar um excedente orçamental sem contar com o serviço da dívida.

Inflação de 4,5%
Define uma meta de 4,5% para a inflação - em 2017 foi de 2,95%- objectivo a alcançar através da consolidação das contas públicas e maior flexibilidade ao nível monetário.

Uniformização fiscal
Imposto único que uniformize os diferentes regimes fiscais ao nível federal. Reduzir a carga fiscal, com programas de desburocratização e controlo mais apertado da despesa pública, para captar investimento.

Fim da unicidade sindical
Terminar com a unicidade sindical, dando liberdade de escolha aos trabalhadores. Salários mais altos para os homens porque as mulheres engravidam.

Super-ministério
Um superministério da Economia, fundindo quatro pastas: Fazenda, Planeamento, Indústria e Comércio. Com tutela também sobre a Caixa Economica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES.


Fernando Haddad

Na sombra de Lula

Aos 55 anos de idade e após passagens pelos governos "petistas" de Lula da Silva e de Dilma Rousseff (2005-2012), o ex-prefeito de São Paulo foi a segunda escolha do PT para as presidenciais brasileiras depois de confirmado o impedimento do antigo sindicalista. Com formação em Direito, Economia e Filosofia, tem um perfil intelectual que dificulta fazer chegar a mensagem às massas.

Propostas

Crescimento pelo consumo interno e investimento público

Reforma laboral
Revogar a reforma laboral de Michel Temer (2017) que flexibilizou o mercado de trabalho e que é vista como uma das principais medidas do ainda presidente. Propõe um "Estatuto do Trabalho" que atribua mais poder aos sindicatos, que promova justiça social e que trave a terceirização forçada da economia. Retomar trajectória de subida do salário mínimo.

Dívida zero
Quando assumiu o lugar de Lula como candidato ao Planalto, Haddad alterou o programa de governo do PT, sendo esta a medida mais sonante. Trata-se de uma linha de crédito providenciada por bancos públicos, com juros acessíveis e prazos vantajosos para limpar o cadastro dos brasileiros com dívidas a instituições de crédito.

Obras públicas
Grandes obras públicas no valor de 120 mil milhões de reais (26,1 mil milhões de euros) mediante recurso a reservas internacionais e reforço da aposta em PPP’s. Estima que construção de infra-estruturas permita criar  oito milhões de novos postos de trabalho na próxima legislatura.

Fim do tecto da despesa
Revogação da emenda constitucional que desde 2016 estabelece um limite para a despesa pública indexado à inflação do ano anterior, ao longo de 20 anos.

Parar privatizações
Interromper privatizações, desde logo a alienação em curso de activos da Petrobras bem como recuperar os investimentos suspensos da petrolífera.
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