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Água supera venda de refrigerantes nos EUA

O consumo de água engarrafada ultrapassou a venda de refrigerantes nos EUA pela primeira vez em 40 anos.

Saiba quais os produtos que vão pagar mais IVA (act.)
Negócios 15 de Março de 2017 às 17:37
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É visível a alteração das tendências norte-americanas. Após 40 anos de um consumo exacerbado de refrigerantes, a venda de água engarrafada superou, pela primeira vez, o consumo dos sumos em 2016 e transformou-se na maior produto por volume vendido. Esta era uma troca impensável quando a Perrier (uma das primeiras águas com gás engarrafadas nos EUA) chegou às prateleiras dos supermercados nos anos 70.

Em 2016 saíram para o mercado americano 48.560 milhões de litros de água engarrafada, o que representa um crescimento de 8,6%, comparado com o registado em 2015. Há 10 anos a água que estava no mercado rondava os 31.350 milhões de litros, mas a partir de 2012 o volume começou a recuperar e deu-se um acréscimo de 2.700%, algo inédito desde o lançamento da Perrier. Desta forma, as vendas de refrigerantes caíram 2% o ano passado, gerando apenas 47.120 milhões de litros, segundo avança o El País.
     
O consumo per capita de água engarrafada entre os norte-americanos foi de 149,3 litros em 2016, segundo os dados do mercado que publica a consultora Beverage Marketing Corporation. Não obstante, as vendas de refrigerantes caíram para 146,3 litros. Na década anterior, o consumo de refrigerantes superava os 190 litros por ano, enquanto a água engarrafada se mantinha abaixo dos 114 litros até ao ano de 2011.    

Os americanos bebem bastante mais água de garrafa comparativamente com os europeus que, por média, consomem apenas 110 litros por ano, segundo as estatísticas da federação de engarrafadores da Europa (EFBW). Os italianos e os alemães são os que mais água engarrafada consomem, bebendo 189 e 117 litros por ano respectivamente. Na Europa a água engarrafada representa 46% do mercado das bebidas não alcoólicas, contra os 39% dos refrigerantes.  

A procura pela água engarrafada acelerou-se nos EUA devido a uma maior preocupação com os efeitos de bebidas açucaradas para a saúde. As autoridades locais estão a regular a comercialização de produtos alimentares, especialmente os que contêm açúcares, de modo a combater a obesidade e os diabetes. Por este motivo, vários foram os Estados que votaram recentemente para aumentar os impostos sobre os refrigerantes.

Assim, grandes empresas não tiveram outra opção se não adaptar-se à situação e diversificar-se para preservar o seu negócio. A Coca-Cola, por exemplo, já comercializa marcas como Dasani, Glaucéau e Smartwater. A Pepsi vende Aquafina e Lifewtr. Segundo o El País, uma quinta parte da receita destas duas multinacionais diz respeito às águas, acumulando 21.300 milhões de dólares (20 mil milhões de euros) devido a este produto.

Por sua vez, a Nestlé apresenta-se como uma forte adversária. A dona da Pure Life e Poland Spring controla 23% do mercado americano das águas engarrafadas. No entanto, como notícia o mesmo órgão, os sumos continuam a gerar mais dinheiro, com 39.500 milhões de dólares (37 mil milhões de euros) em vendas, contra os 21.300 milhões das águas. Os três titãs estão agora a tratar de aumentar os preços dos seus produtos premium para potenciar as receitas.
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