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Serviços fechados e polícia na rua na ressaca dos violentos confrontos em Hong Kong

As autoridades estão a limpar o cenário de caos junto ao Parlamento, após tumultos entre a polícia e manifestantes que se opõem à mudança na lei que permitiria a extradição para a China. Pequim critica posição de Bruxelas. Os protestos voltam no domingo.

13 de Junho de 2019 às 10:13
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Centros comerciais, balcões bancários e serviços públicos de portas fechadas, várias ruas cortadas ao trânsito, a polícia a mostrar-se presente com capacetes e escudos de proteção, vários elementos à paisana a controlar os passaportes e ainda uma grande operação de limpeza dos detritos resultantes dos confrontos na véspera com milhares de manifestantes pela democracia, que foram reprimidos com recurso a balas de borracha e granadas de gás lacrimogéneo.

 

Em Hong Kong é este o cenário descrito pela imprensa internacional esta quinta-feira, 13 de junho, depois daqueles que já são considerados os episódios mais violentos desde que o território foi devolvido pelo Reino Unido à China, em julho de 1997. Segundo a AFP, os manifestantes prometem voltar em peso às ruas da cidade no domingo, 16 de junho. Em causa está a um projeto de lei que visa alterar as regras locais de extradição – o debate legislativo acabou por ser adiado –, alargando essa possibilidade à China, onde os críticos temem um sistema judicial opaco e politizado.

 



Após exortar à rápida restauração da ordem na região administrativa especial, estatuto que partilha com Macau e lhe confere autonomia face a Pequim em quase todas as áreas, à exceção da defesa e das relações externas, a líder do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, insistiu que a alteração visa eliminar o "vazio jurídico" que faz com que a cidade seja um refúgio para criminosos procurados na China continental. E para salvaguardar as questões de direitos humanos, garantiu uma análise "caso a caso" nos tribunais.

 

"É a ilegalidade que prejudicará Hong Kong, não as emendas propostas à sua lei fugitiva", criticou na última edição o jornal "China Daily", uma publicação em língua inglesa controlada pelo regime chinês. Nas últimas horas, as autoridades de Taiwan, Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia condenaram a alteração legislativa e também as imagens da repressão popular que chegam deste que é um dos principais centros financeiros mundiais.

Já esta tarde na capital chinesa, na habitual conferência de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o porta-voz, Geng Shuang, veio condenar o "comportamento violento" dos manifestantes, apoiar o governo da região administrativa e lamentar a posição "irresponsável" da União Europeia, que tinha referido que a mudança na lei acarreta "consideráveis consequências potenciais para Hong Kong e a sua população, para cidadãos europeus e estrangeiros, assim como para a confiança das empresas em Hong Kong".

 

Logo após os primeiros protestos na cidade, onde vivem cerca de 7,4 milhões de pessoas, liderados por organizações de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, aquele que foi o último governador de Hong Kong, o britânico Chris Patten, contestou a proposta que seria um "terrível revés" reputacional e que "inflige um terrível golpe no Estado de Direito, na estabilidade e segurança de Hong Kong".

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