Notícia
Presidente sul-coreana foi destituída pelo Parlamento
O Parlamento da Coreia do Sul votou e decidiu pelo “impeachment” da presidente após esta ter sido envolvida pelo Ministério Público num caso de tráfico de influências e fraude. O Tribunal Constitucional tem a última palavra.
Nas ruas, há semanas que a população pede a saída de Park Geun-hye (na foto), presidente da Coreia do Sul. Esta sexta-feira, 9 de Dezembro, o Parlamento votou e decidiu a destituição (impeachment) da presidente após esta ter sido envolvida pelo Ministério Público do país num caso de tráfico de influências e corrupção protagonizado por uma amiga.
No Parlamento, 234 deputados - representativos de mais de dois terços dos deputados – votaram pela destituição de Park Geun-hye, de acordo com a Bloomberg.
O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul tem agora de decidir se mantém a deliberação dos deputados ou se rejeita a decisão parlamentar. Se o Constitucional não partilhar da visão dos deputados, Park Geun-hye recupera o cargo, segundo a Reuters. Se o tribunal confirmar a deliberação dos deputados, a presidente tem de deixar o cargo e o país vai para eleições.
O Tribunal Constitucional tem 180 dias para tomar uma decisão. Até lá, o primeiro-ministro vai actuar como presidente.
Park Geun-Hye foi envolvida pelo Ministério Público do país num caso de tráfico de influências e fraude protagonizado por uma amiga sua e centenas de milhares de pessoas saíram às ruas nos últimos cinco fins de semana para pedir a demissão da Presidente, naquelas que são já as maiores manifestações na Coreia do Sul desde os protestos pró-democracia da década de 1980.
A indignação, incluindo de membros do próprio partido da Presidente, tem por base a ideia de que Park foi manietada durante o seu mandato por uma amiga, Choi Soon-sil, acusada de corrupção e tráfico de influências.
A Procuradoria da Coreia do Sul revelou que a Presidente teve um papel "considerável" no escândalo e acusou formalmente Choi Soon-sil e dois antigos assessores presidenciais, indicando que Park cooperou com a amiga e os outros dois ex-colaboradores, que são suspeitos de terem pressionado mais de 50 empresas do país a doar 65,7 milhões de dólares (62 milhões de euros) a duas fundações.
A presidente da Coreia do Sul tinha manifestado, no final de Novembro, a intenção de deixar o cargo antes do fim do mandato, em 2018, e pediu ao parlamento para preparar a transição. "Quando os deputados tiverem determinado as condições para uma passagem de poder que minimize qualquer vazio de poder e o caos na governação, eu saio", disse, numa declaração país transmitida pela televisão.
"Deixarei a questão da minha saída, incluindo a redução do meu mandato, a uma decisão da Assembleia Nacional", afirmou.
A Coreia do Sul é a quarta maior economia da Ásia.