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Costa quer abrir as portas da economia de uma das maiores potências emergentes

Um dos principais objectivos da visita de seis dias que o primeiro-ministro inicia no sábado na Índia é promover um novo "salto" na cooperação económico-comercial entre os dois países, cujas relações neste domínio são consideradas incipientes.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Janeiro de 2017 às 06:01
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Índia e Portugal estiveram 12 anos com relações diplomáticas cortadas, até ao 25 de Abril de 1974, depois da invasão militar dos territórios do então Estado Português da Índia em Dezembro de 1961.

 

Já no período da democracia portuguesa, em 1992, o então Presidente da República Mário Soares fez a primeira visita de Estado à Índia com o objectivo de "normalizar" as relações políticas, económicas e culturais entre os dois países, seguindo-se uma segunda de Cavaco Silva, em 2007, durante a qual se procurou sobretudo dinamizar as relações comerciais.

 

No entanto, mesmo sendo a Índia uma das principais potências emergentes a nível mundial, a verdade é que Portugal continua a possuir com o Estado moderno indiano relações económico-comerciais consideradas "incipientes" - um resultado cuja explicação radica em grande medida no atribulado período que marcou as últimas décadas da História colonial portuguesa.

 

Com a Índia a crescer 7,7% no ano passado, e com uma relevante comunidade indiana residente em território nacional, Portugal apenas exportou em 2015 cerca de 80 milhões de euros, sobretudo máquinas, tendo por sua vez importado produtos no valor de 460 milhões de euros (principalmente têxteis).

 

A Índia foi só o 48.º cliente de Portugal e o 20.º fornecedor em 2015, números aos quais também não são estranhos o conjunto de medidas de tendência proteccionista adoptadas pela Índia ao longo das últimas décadas.

 

Na visita do primeiro-ministro, António Costa, o Governo português tem entre as suas principais metas tirar partido da presença de algumas empresas nacionais já a operar em território indiano (casos da Efacec, da Brisa ou da Visabeira) para ampliar a sua penetração neste mercado.

 

Fonte do executivo nacional adiantou também que um segundo objectivo passa pelo estabelecimento de parcerias com empresas indianas, tendo em vista a entrada em mercados do sudeste asiático ou da África Oriental, onde a Índia já tem forte presença.

 

O Governo português tem neste capítulo especiais expectativas no que respeita a empresas portuguesas das áreas do ambiente (saneamento, recolha de lixo e abastecimento de água), da defesa (a Índia é um dos principais compradores mundiais de armamento) e startups.

 

As 'startups' indianas já tiveram uma forte presença na última Web Summit em Lisboa, em novembro passado. Agora, no Instituto Universitário de Bangalore, na segunda-feira, juntamente com o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, António Costa participa num evento dedicado às 'statup', ocasião em que será assinado um memorando entre a MoU Statup Portugal e a Invest Índia.

 

Ao longo dos seis dias de presença na Índia, o primeiro-ministro português terá intervenções em dois seminários económicos (em Bangalore e Ahmedabad), numa conferência logo no primeiro dia de programa em Deli, e terá em Goa um encontro com empresários de Bollywood, aqui numa tentativa para captar para Portugal investimentos desta importante indústria cinematográfica.

 

Além da componente cinematográfica, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, terá igualmente vários contactos ao longo da semana para procurar atrair turistas da Índia para Portugal, que ainda são em número considerado muito reduzido.

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