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China vê comércio externo cair mais que o previsto
As autoridades chinesas reconhecem que o Brexit, a situação geopolítica, o terrorismo e a volatilidade nos mercados continuarão a ter um impacto negativo no comércio internacional.
A segunda maior economia do mundo exportou menos e comprou menos mercadorias ao estrangeiro do que estava previsto em Junho, um mês marcado pela instabilidade e incerteza trazida pelo referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia, um dos maiores mercados para a China.
Os dados oficiais da Administração Geral de Alfândegas de Pequim, conhecidos esta quarta-feira, 13 de Julho, mostram que as vendas a países estrangeiros recuaram 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e que as importações afundaram 8,4%, aumentando a expectativa de que sejam necessárias mais medidas de estímulo.
"A economia mundial ainda enfrenta muitas incertezas. Por exemplo, o Brexit, as expectativas em relação a um aumento de juros pela Reserva Federal norte-americana, a volatilidade dos mercados financeiros, a situação geopolítica, a ameaça do terrorismo… Estes factores vão afectar globalmente a confiança dos consumidores e investidores e reduzir o comércio internacional", reconheceu o porta-voz das Alfândegas, Huang Songping, citado pela Reuters.
Os analistas sondados pela Reuters também aguardavam quedas, mas de uma magnitude inferior: de 4,1% nas exportações e de 5% nas importações.
Ainda assim, o excedente da balança comercial ficou acima do esperado, nos 48,11 mil milhões de dólares (43,5 mil milhões de euros), acima dos 42,17 milhões aguardados e dos 45,2 milhões de euros registados em Maio.
No primeiro semestre, em comparação com igual período de 2015, as vendas aos EUA – maior parceiro comercial - caíram 9,9%, enquanto para a União Europeia o recuo foi de 4,4%.