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China propõe suspensão do programa nuclear norte-coreano e das manobras militares dos EUA
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, sugeriu a suspensão do programa nuclear da Coreia do Norte e, ao mesmo tempo, das manobras militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul, para "amortecer a crise" na Península.
Usando uma metáfora, Wang Yi falou numa "colisão" na Coreia entre "dois comboios que aceleram um contra o outro sem que nenhum dos dois queira ceder a passagem".
"A nossa prioridade actual é acender a luz vermelha e travar ambas as partes", afirmou Wang Yi durante uma conferência de imprensa em Pequim.
A suspensão recíproca de ensaios militares "pode ajudar-nos" a reduzir a tensão e "devolver as partes à mesa de negociações", com vista a solucionar a questão de fundo do programa nuclear norte-coreano, acrescentou Wang.
A China é o principal aliado da Coreia do Norte, mas a insistência de Pyongyang em desenvolver um programa nuclear e de mísseis balísticos resultou num afastamento de Pequim.
No mês passado, a China suspendeu todas as importações de carvão do país vizinho até ao final do ano, uma importante fonte de divisas estrangeiras para Pyongyang.
Em troca, a China quer que Washington recomece as negociações com a Coreia do Norte, visando aliviar a tensão regional.
Entretanto o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou veementemente na terça-feira os recentes lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte, exprimindo a sua inquietude pelo "comportamento cada vez mais desestabilizador" de Pyongyang.
Esta condenação consta de um texto redigido pelos Estados Unidos que foi aprovado por unanimidade pelos 15 países membros daquele órgão devido às tensões entre Washington e Pequim pela colocação de um sistema de defesa antimísseis norte-americana na Coreia do Sul.
O Conselho de Segurança deverá voltar a reunir-se hoje, para uma sessão de emergência a pedido dos Estados Unidos e do Japão, para debater novamente o assunto dos mísseis da Coreia do Norte.
O exército norte-americano começou a implantar o sistema de defesa antimísseis THAAD na Coreia do Sul, após uma série de testes de mísseis feitos pela Coreia do Norte.
A implantação do Terminal de Defesa Aérea de Alta Altitude (THAAD, na sigla em inglês) "contribui para um sistema de defesa de mísseis em camadas e reforça a defesa da Aliança Estados Unidos-Coreia do Sul contra ameaças de mísseis da Coreia do Norte", disse o Comando do Pacífico em comunicado.
"O acelerado programa de testes de armas nucleares da Coreia do Norte e os lançamentos de mísseis balísticos constituem uma ameaça à paz e à segurança internacionais e violam várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse.
A Coreia do Sul e os Estados Unidos concordaram no ano passado em instalar o sistema THAAD, que a China denunciou repetidamente como uma ameaça à sua segurança.