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Venezuela proíbe voos de aviões privados e de drones

A proibição aplica-se a todo o território do país e dura até 5 de Setembro. As autoridades não justificam a interdição, mas analistas acreditam que tem a ver com a manifestação da oposição convocada para quinta-feira, 1 de Setembro.

Carlos Garcia Rawlins/Reuters
28 de Agosto de 2016 às 18:49
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O Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (Inac) da Venezuela emitiu, no sábado, um comunicado, proibindo o voo de aviões privados e drones até 5 de Setembro em todo o território venezuelano.

 

"Proíbe-se a operação e circulação aérea no território nacional e demais espaços geográficos da Venezuela das aeronaves classificadas como de aviação geral e privada, em conformidade com o disposto na Lei de Aeronáutica Civil, assim como de todo o sistema de aeronave pilotada à distância, conhecido comummente como drone", a partir de hoje e até 05 de Setembro, refere o comunicado.

 

O Inac não explica quais as razões que levaram à medida de proibição dos voos privados no país, mas analistas acreditam que tem a ver com a manifestação da oposição convocada para a próxima quinta-feira, 01 de Setembro.

 

A 17 de Agosto, a aliança da oposição na Venezuela, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), anunciou que vai "tomar" a cidade de Caracas, "pelos quatro pontos cardeais", para exigir a realização de um referendo revogatório do mandato do Presidente Nicolás Maduro.

 

"Vamos encher a cidade de manifestantes pelo oeste, este, norte e sul", anunciou o deputado Luís Florido, do partido Vontade Popular.

 

Com a "tomada" de Caracas, a 01 de Setembro, a oposição pretende que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) fixe a data para que recolha as assinaturas e impressões digitais de 20% dos eleitores, aproximadamente quatro milhões dos inscritos no registo eleitoral, para activar o referendo.

 

"Será um marco na história da Venezuela, vai marcar um antes e um depois. Vamos exigir o revogatório, caso contrário, o povo vai fazer valer o artigo 350", frisou, fazendo referência ao artigo da Constituição que contempla a "desobediência civil" perante "qualquer regime, legislação ou autoridade que contrarie os valores, princípios e garantias democráticas ou menospreze os direitos humanos".

 

A oposição quer realizar o referendo revogatório ainda em 2016 e tem acusado o Conselho Nacional Eleitoral de atrasar a calendarização das diferentes etapas do processo.

 

Se o referendo se realizar até 10 de Janeiro de 2017 deverão ser convocadas novas eleições presidenciais, segundo a legislação venezuelana.

 

Se o referendo for convocado para depois dessa data, o vice-presidente da Venezuela em funções, actualmente Aristóbulo Isturiz, assumirá os destinos do país até 2019, quando termina o actual mandato presidencial.

 

Simpatizantes de Nicolás Maduro e ministros do seu Governo têm insistido que será impossível realizar o referendo ainda este ano.

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