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Venezuela aquece ambiente entre EUA e Rússia
Ministro russo dos negócios estrangeiros ligou ao homólogo americano ameaçando com "consequências graves" caso os Estados Unidos tomem medidas agressivas contra o regime de Nicolás Maduro. Mike Pompeo admite intervenção militar.
Enquanto a tensão subia nas ruas venezuelanas entre apoiantes de Juan Guaidó e Nicolás Maduro, a temperatura aumentava também nas relações diplomáticas entre Estados Unidos e Rússia, depois do Governo norte-americano admitir o uso da força para derrubar o regime.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou em declarações à Fox Business Network que "uma ação militar é possível". "Se isso for necessário, é isso que os Estados Unidos farão", acrescentou, reiterando, no entanto, que a Casa Branca prefere uma transição pacífica.
Segundo a Reuters, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros ligou a Pompeo para avisar que "atitudes agressivas" dos EUA teriam graves consequências. Sergei Lavrov condenou ainda a interferência americana na Venezuela.
O Pentágono veio depois pôr água na fervura, garantindo que não deu quaisquer instruções ao Congresso para se preparar para a guerra. Na terça-feira, Pompeo tinha acusado a Rússia de ter impedido a saída de Nicolás Maduro da Venezuela, o que foi desmentido por este.
A "Operação Liberdade" não teve, por ora, os resultados pretendidos por Juan Guaidó, com o líder chavista a manter-se no poder com apoio dos militares. O dia está a ser marcado por manifestações nas ruas de apoio ao autoproclamado presidente e a Nicolás Maduro, que apelaram ambos à mobilização popular.
Os protestos já provocaram um morto e mais de 100 feridos desde terça-feira.
O líder da oposição, Leopoldo López, mudou-se entretanto com a família da embaixada chilena para a espanhola, mas não pediu asilo político.