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Maduro segura militares, Guaidó quer venezuelanos hoje nas ruas

O dia promete mais confrontos, com Nicolás Maduro a manter-se no poder e a reclamar a lealdade dos militares. Juan Guaidó diz que o apoio das forças armadas é uma farsa e apela à mobilização dos venezuelanos. A Provea, uma ONG local, diz que protestos de terça-feira provocaram um morto e pelo menos 95 feridos. O líder da oposição ontem libertado, Leopoldo López, trocou a embaixada do Chile pela de Espanha.

01 de Maio de 2019 às 09:49
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Segundo a organização-não governamental (ONG) venezuelana Provea, uma pessoa morreu e pelo menos 95 ficaram feridas durante os protestos registados na terça-feira na Venezuela depois da ação de força desencadeada pelo autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

De acordo com a ONG Provea, um homem de 24 anos morreu durante os protestos no estado de Aragua. Dos 95 feridos, 26 foram registados naquele estado e 69 no município de Chacao, em Caracas, mas a Provea disse acreditar que pode haver mais feridos um pouco por todo o país.

"Lamentamos o assassinato hoje [terça-feira] do jovem Samuel Enrique Mendez, de 24 anos, no estado de Aragua, durante os protestos. Testemunhas culpam os grupos paramilitares (...)", escreveu a ONG na sua página da rede social Twitter, acrescentando que, com esta morte, já foram registados 53 mortos desde o início do ano durante os protestos contra o regime venezuelano.Segundo a Provea "80% das mortes são de responsabilidade da polícia, militares e paramilitares".

O dia de hoje deverá ficar marcado por novos confrontos, com Nicolás Maduro a resitir no poder com o apoio de pelo menos parte dos militares e Juan Guaidó a apelar aos venezuelanos que venham para as ruas derrubar o regime.

O Presidente da Venezuela Nicolás Maduro, apelou ontem às Forças Armadas Bolivarianas (FAB) para que mantenham "lealdade absoluta" ao seu Governo. "Chamo as FAB a unirem-se cada vez mais ao povo e à lealdade absoluta e a ter presente o provérbio do coração, que diz: leia sempre, traidores nunca. Junto do povo, sempre. Junto da Constituição", disse.

O apelo foi feito durante um discurso ao país, transmitido em simultâneo, de forma obrigatória, pelas rádios e televisões venezuelanas, desde o palácio presidencial de Miraflores, em Caracas. Maduro disse também que não haverá impunidade para os "golpistas".


O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, desencadeou durante a madrugada de terça-feira um ato de força contra o regime do Presidente Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular. O regime ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado.


Apesar de Guaidó ter afirmado ao longo do dia que tinha os militares do seu lado, nenhuma unidade militar aderiu à iniciativa nem se confirmou qualquer deserção de altas patentes militares fiéis a Nicolás Maduro. Guaidó escreveu ontem na rede social Twitter que é "falso que Nicolás Maduro tenha o apoio dos militares" e apelou aos venezuelanos para voltarem às ruas para uma "rebelião pacífica".

Maduro respondeu com "uma chamada à máxima mobilização popular para assegurar a vitória da paz".

Leopoldo López na embaixada de Espanha.
Já esta manhã ficou a saber-se que o opositor ao regime e líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López está agora com na família na embaixada de Espanha, em Caracas, depois de abandonar a representação do Chile. Leopoldo López, que cumpria uma pena de cerca de 14 anos em regime de prisão domiciliária, foi libertado e surgiu ontem junto do autoproclamado Presidente da Venezuela, Juan Guaidó.


Face à situação que se vive na Venezuela, o Governo português já indicou que, até ao início da noite em Portugal, não havia registo de problemas com a comunidade portuguesa.

Os Estados Unidos insistem que foi a Rússia que impediu que Nicolás Maduro deixasse o país de avião. O líder venezuelano desmentiu quaisquer intenções de abandonar o poder e refugiar-se em Cuba, como avançou o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

"Dizia Mike Pompeo que eu, Maduro, tinha um avião ligado, para ir para Cuba, para fugir e que os russos me fizeram descer do avião proibiram-me abandonar o país. Senhor Pompeo, por favor, que falta de seriedade", acusou.

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