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Trump diz que NATO está obsoleta e que UE vai perder mais membros

O presidente eleito dos EUA diz que a União Europeia é um instrumento controlado pela Alemanha para desafiar comercialmente os EUA e afirma que a Aliança Atlântica falhou no combate ao terrorismo.

Reuters
15 de Janeiro de 2017 às 22:48
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Donald Trump considera que a Aliança Atlântica - de que Portugal é um dos membros fundadores - é uma organização "obsoleta" que não conseguiu lidar com o terrorismo e prevê que, depois da saída do Reino Unido da União Europeia, outros países sigam as pisadas de Londres e saiam da família dos (ainda) 28.

"[A NATO] é obsoleta, primeiro porque foi desenhada há muitos, muitos anos. (...) Depois, os países [membros] não estão a pagar o que deviam," afirmou o presidente eleito dos Estados Unidos este domingo, 15 de Janeiro, numa entrevista ao jornal alemão Bild, citada pela Bloomberg, e ao The Times of London, citado pela Reuters.

"Dito isto, a NATO é muito importante para mim. Há cinco países que estão a pagar o que é suposto. Cinco. Não é muito," concretizou em declarações reproduzidas pela Reuters.

Trump aproveitou ainda a entrevista para deixar várias farpas à Alemanha, considerando que a política de abrir portas e acolher refugiados inicialmente posta em prática pelo governo da chanceler Angela Merkel foi um "erro catastrófico" que deixou entrar "todos esses ilegais no país."

Acusou ainda os germânicos de usarem a União Europeia como instrumento de domínio para derrotar comercialmente os EUA. E, no capítulo comercial, deixa avisos a um dos maiores construtores automóveis alemães, a BMW, prometendo aumentar para 35% as tarifas de importação de produtos caso a marca construa, como previsto, uma fábrica no México, em San Luis Potosí. Construir esses carros em território norte-americano, considerou, seria "muito melhor" para a empresa.

"O Brexit vai acabar por ser um grande feito" 

O empresário que se tornará efectivamente no 45.º presidente dos EUA na sexta-feira elogiou os britânicos pela decisão tomada a 23 de Junho do ano passado no referendo que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia, defendendo que os países querem a sua identidade e não que venha alguém de fora e "a destrua." 

"O Brexit vai acabar por ser um grande feito," classificou, e manifestou ainda vontade de ter um acordo comercial com o Reino Unido, prometendo uma reunião com a primeira-ministra britânica, Theresa May, assim que tomar posse.

"Se me perguntar, mais países vão sair [da União Europeia]", afirmou nas declarações reveladas pelo Bild desta entrevista, conduzida em inglês e traduzida para alemão. Já quem visitar os EUA nos próximos tempos deve preparar-se para um controlo de segurança mais apertado, incluindo mesmo alguns cidadãos europeus, cuja nacionalidade não específicou.

Trump considerou ainda que a decisão de invadir o Iraque, tomada pelo seu antecessor, o republicano George W. Bush, pode ter sido a pior da história dos EUA e diz que vai usar as sanções aplicadas contra a Rússia por causa da anexação da Crimeia como dissuasor da capacidade nuclear de Moscovo. 

O futuro presidente norte-americano afirmou que pensa continuar a usar a rede social Twitter - onde, desde que foi eleito, continua a colocar comentários e a alimentar polémica - para ter uma ligação directa com os cidadãos e ser uma alternativa à imprensa. E revelou ter indicado o genro, Jared Kushner, como negociador de um acordo de paz para o Médio Oriente. 

(Notícia actualizada às 23:11 com mais informações)
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