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Trump ameaça BRICS com tarifas de 100% caso procurem alternativa ao dólar

O bloco de economias emergentes, que inclui o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, entre outros, quer contrariar o domínio da moeda norte-americana no sistema de pagamentos internacional e avalia criar uma nova divisa.    

01 de Dezembro de 2024 às 17:09
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O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor taxas aduaneiras de 100% contra os BRICS - um bloco de nove países com economias emergentes – caso estes continuem a ameaçar o domínio do dólar americano, nomeadamente através da criação de uma nova moeda.

"Exigimos um compromisso destes países em como não vão criar uma nova moeda BRICS, nem apoiar qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, ou vão enfrentar tarifas de 100% e esperar 'dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos Estados Unidos", escreveu Trump no final de sábado na rede social Truth Social, que o próprio criou.

A ameaça de Trump, eleito Presidente dos Estados Unidos a 5 de novembro, foi dirigida aos países que formam a aliança BRICS, que inclui atualmente o Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão e tem outros candidatos à admissão, como a Turquia, o Azerbaijão ou a Malásia. 

Para o Presidente eleito norte-americano, "não há hipótese" de os países BRICS substituírem o dólar norte-americano no comércio global e qualquer nação que tente fazê-lo "deve dizer adeus à América".

Em outubro, numa cimeira das nações BRICS, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou os Estados Unidos de utilizarem o dólar como arma, descrevendo a atitude norte-americana como um "grande erro".

"Não somos nós que recusamos a usar o dólar. Mas se não nos deixam trabalhar, o que podemos fazer? Somos obrigados a procurar alternativas", disse na altura Putin.

A Rússia pressionou especificamente para a criação de um novo sistema de pagamentos que oferecesse uma alternativa à rede global de mensagens bancárias, o SWIFT, e permitisse a Moscovo evitar sanções ocidentais e negociar com parceiros.

Com o crescente peso das economias dos BRICS, o bloco procura contrariar o domínio da divisa dos EUA, que representa cerca de 58% das reservas globais e é utilizado nas transações das principais "commodities", como o petróleo.

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